Nesta segunda-feira, 31, teve início o “breque nacional dos apps”, a greve dos entregadores de aplicativos que está prevista para durar 48 horas. O iFood aparece como principal alvo das reivindicações dos trabalhadores, por ser a empresa líder no mercado. E, para os consumidores, o impacto da greve está sendo direto – e tem sido manifestado por meio de publicações nas redes sociais.
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Por causa da greve, diversos restaurantes pelo Brasil “fecharam” suas lojas virtuais pelo aplicativo de entregas nesta segunda. E há quem foi pego desavisado, sem entender o porquê dos estabelecimentos não estarem disponíveis hoje. A situação gerou comentários:
simplesmente todos restaurantes do ifood que quero comer estão fechados
— Beatriz (@beaportella) March 31, 2025
@iFood pelo amor de deus eu to roxa de fome e ta tudo fechado, faz alguma coisa
— juh. ᶜʳᶠ (@gomezs_ju) March 31, 2025
Pensei que a greve dos entregadores de APP não teria resultado mas vi relatos que várias lojas do ifood não abriram hoje por falta de entregadores.
Parabéns para vocês que estão fazendo acontecer
— PETROBRAS, PAGUE OS VIGILANTES (@vig_crf) March 31, 2025
Por diversos motivos, não conseguir recorrer ao aplicativo de entregas também bagunçou a segunda-feira de alguns internautas:
Fiz a compra do mês pelo ifood pra poupar tempo e os entregadores estão de greve e vai ser o maior BO cancelar o pedido ☠️
— x (@Guilermeez) March 31, 2025
EU NÃO TROUXE MARMITA IFOOD FAÇA ALGUMA COISA
— 📖: Três (@porramariiii) March 31, 2025
E EU QUE PEDI UM IFOOD E OS ENTREGADORES ESTÃO DE GREVE KKKKKKKKKKKKK pic.twitter.com/WtdAhc1hth
— Romance, Samba e Futebol (@RomanceSambaFut) March 31, 2025
Segunda-feira, sem marmita e o ifood não funciona 🫠
— bibi. (@bibezita) March 31, 2025
só pq hj eu queria um docinho, tá tendo paralisação dos entregadores do ifood
a vida é triste
— liviaaaa (@liviaaavs) March 31, 2025
Entenda sobre a greve
Com a greve, os entregadores buscam por aumento da taxa de entrega recebida, atualmente firmada em R$ 6,50, conforme reajuste. O que pedem é o valor mínimo de R$ 10.
Outra reivindicação é sobre o aumento do valor pago por quilômetro rodado. Atualmente é pago R$ 1,50 e querem que o valor seja reajustado para R$ 2,50 – tendo como argumento a alta dos combustíveis.
Os entregadores também querem que, em caso de entregas feitas de bicicleta, haja uma limitação de um raio de 3 quilômetros para o deslocamento dos ciclistas. E, por fim, outro ponto central é que eles recebam por cada entrega feita, mesmo que dentro de uma mesma rota ou no mesmo endereço.
A paralisação está sendo organizada pela Breque Nacional dos Apps e Aliança Nacional dos Entregadores por Aplicativos (ANEA).
O que diz o iFood?
Confira, na íntegra, a nota do iFood à reportagem sobre a situação:
"O iFood respeita o direito à manifestação pacífica e à livre expressão dos entregadores e entregadoras. Como empresa brasileira e ciente do seu papel na geração de oportunidades, desde 2021, nos dedicamos à criação de uma agenda sólida e permanente de diálogo com os entregadores parceiros e representantes da categoria, para o aprimoramento de iniciativas que garantam mais dignidade, ganhos e transparência para estes profissionais.
Estamos atentos ao cenário econômico e estudando a viabilidade de um reajuste para 2025. É importante ressaltar que, nos últimos três anos, os ganhos dos entregadores foram aumentados de várias maneiras:
- 2022: Aumento do valor mínimo da rota em 13%, de R$5,31 para R$6,00, e do valor por quilômetro rodado em 50%, de R$1,00 para R$1,50.
- 2023: Reajuste da taxa mínima em 8,3%, de R$6,00 para R$6,50, acima da inflação do período (3,74% pelo INPC).
- 2024: Introdução de adicional de R$3,00 por entrega extra em rotas agrupadas.
O ganho bruto por hora trabalhada hoje no iFood é quatro vezes maior do que o ganho do salário mínimo-hora nacional. De 2022 até 2024, os ganhos líquidos médios por hora trabalhada na plataforma foram 2,2 vezes superiores ao salário mínimo-hora, de acordo com os custos apontados em pesquisa realizada pelo Cebrap em 2023.
Além disso, todos os entregadores parceiros do iFood têm acesso a seguro pessoal gratuito para casos de acidentes durante as entregas, planos de saúde, programas de educação, além de apoio jurídico e psicológico para casos de discriminação, assédio ou agressão sofridos pelos profissionais de delivery.
Ao mesmo tempo, reforçamos que é importante respeitar o funcionamento dos estabelecimentos parceiros e garantir a livre circulação de funcionários e da população em geral, conforme previsto na Constituição, sempre prezando por um ambiente seguro e livre de qualquer tipo de violência.
O iFood segue disponível para o diálogo com os entregadores na busca por melhorias para os profissionais e para todo o ecossistema"