Júlio César Borba, 31, mais conhecido como Trulin, é morador da periferia de Alvorada, município do Rio Grande do Sul. Sua história na internet começou em 2018, quando viralizou com um vídeo com o bordão “Bah, me espiei”. Atualmente, o comediante é sucesso tanto no Facebook, onde acumula 639 mil seguidores, quanto no Instagram, com 234 mil seguidores.
Depois do vídeo viral, o humorista agarrou a oportunidade de começar algo novo. Em contato com a cultura do hip hop desde os anos 2000, por meio da dança de rua, ele sempre teve uma visão periférica. “Isso puxa muito pro meu conteúdo, pois são coisas que vivemos direto na comunidade, coisas do nosso cotidiano”, diz, em entrevista ao Visão do Corre.
Inspirado por artistas como Will Smith, Dave Chappelle, Eddie Murphy, Kevin Hart e outros, Trulin busca sempre abordar o cotidiano da periferia nas piadas e conteúdos, levando assuntos reais de uma forma divertida e descontraída para o público das redes sociais.
Perguntado sobre a reação do morador de periferia em relação ao seu conteúdo, o humorista disse que recebe elogios de diferentes públicos. “Crianças, adultos e idosos, até os velhinhos curtem. Tenho algumas séries e personagens que ficaram no gosto do público e isso é muito bom, ver que você faz a diferença é muito gratificante”, comemora.
Trulin tem seguidores em vários países como Estados Unidos, Portugal e Japão. Segundo ele, toda vez que um vídeo viraliza é como se fosse a primeira vez. “É uma parada louca, alcança muita gente ao mesmo tempo, pessoas ligadas em qualquer lugar no mundo podem estar vendo seu post. O conteúdo chega onde a gente nem sequer pensou em chegar”, comenta.
Já atuou como mecânico, entregador e gesseiro, mas a comédia foi o que realmente mudou a vida de Júlio César.
“Me trouxe muitos frutos, amigos, marcas patrocinadoras, trabalhos. Trouxe uma alegria que eu ainda não tinha experimentado. Talvez seja por isso que eu quis continuar nesse corre.”
Um dos gaúchos pioneiros a fazer conteúdo de humor voltado para o público periférico, o cenário mudou bastante desde o início da carreira de Trulin. “
Acredito que fui base para muitos que vieram depois de mim, só de saber que outros pegaram a visão de que a favela também precisa de representação nas redes já me deixa alegre. Antes eu tinha que representar quase que sozinho, mas hoje somos muitos”, reflete.