Comunidade protesta após gasolina, diesel e asfalto contaminarem rio

Batida de caminhões despejou gasolina, óleo diesel e material asfáltico no rio Suruí, em Magé, na Baixada Fluminense (RJ)

29 out 2024 - 12h06
(atualizado às 12h10)
Resumo
Sustento da comunidade pesqueira vem do rio. Moradores relatam irritação na pele e intoxicações. Passeada pede ações concretas para resolver a contaminação e minimizar impactos ambientais.
Passeata foi organizada pelo GreenFaith no Brasil e associações locais. Eles querem investigação, punição e apoio para as famílias.
Passeata foi organizada pelo GreenFaith no Brasil e associações locais. Eles querem investigação, punição e apoio para as famílias.
Foto: Lyvia Leite

“Dependemos do caranguejo para sobreviver, mas ninguém quer comprar com medo de contaminações. Estamos vendo um berço de vida destruído”, relata Vanilza da Conceição Gomes, pescadora e moradora de Magé.

Quase um mês após o acidente com dois caminhões, ocorrido em 1 de outubro, contaminando o rio Suruí, moradores, pescadores e ativistas fizeram caminhada de protesto reivindicando ações concretas de recuperação ambiental.

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Há relatos de irritações na pele e intoxicação. “Estou tomando remédio desde que tudo aconteceu. Minha garganta dói e meu neto também passou mal”, diz a pescadora Vanilza.

Acidente despejou cinco mil litros de poluentes

Rafael Santos Pereira, 37 anos, presidente da Associação de Caranguejeiros e Amigos dos Mangues de Magé, lembra que a situação se agrava porque estamos no período de proibição da pesca, para proteger a reprodução.

Caminhões bateram na BR-116, à beira do rio Suruí, carregando emulsão asfáltica, gasolina e diesel, que chegam à Baía de Guanabara.
Foto: Polícia Rodoviária Federal

“Estamos lutando para que as autoridades assumam a responsabilidade, implementem medidas de recuperação e apoiem as famílias prejudicadas”, explica Pereira.

A contaminação do rio Suruí foi causada por um acidente em 1º de outubro de 2024, quando dois caminhões bateram. Um derramou gasolina e diesel; o outro, emulsão asfáltica no afluente da Baía de Guanabara. Foram cinco mil litros de poluentes.

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Magé está na “periferia da periferia”

Medidas emergenciais, como instalação de boias de contenção, são insuficientes para resolver os vários problemas causados pelo acidente.
Foto: Lyvia Leite

Segundo dados do mapa da desigualdade publicado pela Casa Fluminense, em 2023, Magé é um dos municípios mais vulneráveis a desastres ambientais na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Cerca de 73 mil domicílios de Magé estão localizados em áreas de alto risco de alagamento, o que corresponde a 66% das moradias da cidade.

A porcentagem supera a capital e é mais do que o dobro da Baixada Fluminense, cuja média de áreas com risco de alagamento é de 28% dos domicílios.

Fonte: Visão do Corre
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