Ela ocupa uma área equivalente a 940 campos de futebol, na região oeste da capital federal. Surgiu da ocupação da Ceilândia, no contexto da construção de Brasília, cuja arquitetura internacionalmente reconhecida não previu espaço para moradia dos trabalhadores que a construíram.
A maior favela do Brasil é a Sol Nascente, em Brasília, na região oeste da capital federal. Segundo dados do Censo do IBGE divulgados em 2024, a população da Sol Nascente é de 101.866 pessoas.
A partir dessa estatística oficial, muita gente ficou surpresa com a Sol Nascente despontando como a maior favela do Brasil, com mais de 32 mil domicílios.
Há décadas, a favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, ocupava a primeira posição. A Sol Nascente apareceu no topo do ranking e chamou a atenção para a realidade periférica de Brasília, sempre associada a ambientes arquitetônicos bem resolvidos.
A Sol Nascente está localizada a pouco mais de 30 quilômetros do Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência da República.
Como a Sol Nascente se tornou a maior favela do Brasil?
A favela surgiu a partir da ocupação da Ceilândia. Em 1971, ocorre a tentativa de segurar o processo de ocupações irregulares no entorno da capital federal. Foi proposta a Campanha de Erradicação das Invasões (CEI), a Ceilândia virou uma região administrativa (divisão burocrático-geográfica), mas as ocupações continuaram.
Os terrenos da Sol Nascente começaram a ser divididos de forma irregular nos anos 90, quando predominavam chácaras e nascentes de água. Em 2008, foi criado o Setor Habitacional Sol Nascente.
A versão mais recorrente entre os moradores para o nome da favela tem relação com as chácaras do início da ocupação. Uma delas era de japoneses. Sol Nascente seria, então, uma referência ao Japão, conhecido como “terra do sol nascente”.
As maiores favelas do Brasil
O número de domicílios das três maiores favelas brasileiras é parecido, segundo o IBGE.
Sol Nascente, Brasília: 32.081 domicílios
Rocinha, Rio de Janeiro: 30.955 domicílios
Rio das Pedras, Rio de Janeiro: 27.573 domicílios
A favela da Rocinha, no zona sul do Rio de Janeiro, é reconhecida como bairro desde 1993. O Censo do IBGE de 2022, que classificou a Rocinha como segunda maior favela do país, indicou 67.199 moradores.
A ocupação intensa que daria origem à grande favela começou com o loteamento da fazenda Quebra Cangalha. Ela foi loteada entre 1927 e 1930, vendendo lotes de 270 metros quadrados.
A favela Rio das Pedras, na zona oeste do Rio de Janeiro, cresceu junto com a Barra da Tijuca nos anos 70 e 80, à medida que aumentava a demanda por mão de obra na região. Segundo o IBGE, tem 54.793 moradores.
O nome Rio das Pedras se deve ao rio que começa na Floresta da Tijuca e atravessa a favela. Ela é a terceira maior do país. Da quarta em diante, a diferença é mais de dez mil residências em relação à favela do Sol Nascente, em Brasília.
Dia da Favela homenageia Morro da Providência
Para homenagear essas e outras favelas, O Dia da Favela é celebrado anualmente no dia 4 de novembro. A data foi escolhida porque, em 1900, o termo “favela” apareceu pela primeira vez em um documento oficial, referindo-se ao Morro da Providência, no Rio de Janeiro.