Após uma tarde de negociações para decidir se lideranças dos entregadores entrariam na sede do iFood, ou se representantes da empresa sairiam para conversar com trabalhadores, reunião a portas fechadas terminou sem resposta à pauta de paralisação nacional.
Representantes de entregadores de motos, bicicletas e carros por aplicativos foram recebidos na tarde de hoje (31/3) na sede do iFood, em Osasco, Região Metropolitana de São Paulo. Na reunião de cerca de uma hora, foram repetidas as reivindicações da categoria, mas a empresa não deu resposta a elas.
Nove entregadores conversaram com João Sabino, diretor sênior de relações governamentais e políticas públicas do iFood. Ele os informou que não poderia tomar nenhuma decisão e que levaria as reivindicações à diretoria. Mas não marcou data para resposta, nem nova reunião.
“Só perdemos tempo. Falaram que iam pedir para os diretores analisarem, mas não conseguem garantir se darão uma resposta amanhã ou nesta semana. Um monte de lero-lero que não chegou a lugar nenhum”, diz Edgar da Silva, conhecido como Edgar Gringo.
Apesar da pressão dos entregadores para que representantes do iFood viessem ao portão conversar com os grevistas, a empresa só aceitou dialogar dentro do prédio. Não foram permitidas gravações, nem transmissões da reunião – ao final, nenhum representante do aplicativo falou com a imprensa.
Centenas de entregadores chegaram no começo da tarde
A entrada dos representantes dos grevistas no iFood foi demorada e tensa. Com base em uma lista, cada entregador entrava escoltado por policial militar e, só quando chegava à sala de reunião, o mesmo PM voltava para buscar outro.
Ao contrário do que queriam os realizadores do Breque Nacional 2025, seus representantes não puderam gravar em áudio, fotografar, filmar e, muito menos, transmitir a reunião ao vivo – reivindicação frustrada de quem ficou do lado de fora.
Antes da entrada, houve um longo impasse, mediado por lideranças no carro de som, se deveriam entrar ou se algum representante do iFood deveria sair para conversar na rua. Ninguém saiu.
Para se ter uma ideia da quantidade de pessoas, 300 marmitas recebidas no começo da tarde acabaram em menos de dez minutos. Nem metade dos presentes pegou a sua. Os entregadores haviam chegaram em peso diante do iFood por volta de 13 horas.
Fecharam a frente da empresa, que tem entrada recuada, a calçada, e duas das três pistas da Avenida Autonomistas, no centro de Osasco, Região Metropolitana de São Paulo.
O que acontece no segundo dia do Breque Nacional?
Ao final da reunião com o iFood, organizadores não divulgaram a programação do segundo dia do Breque Nacional, que acontece em 1 de abril. Mas disseram que não voltarão à sede do iFood, em Osasco.
Antes de terminar o ato, lideranças fizeram apelos para os motoboys pararem as entregas de shoppings amanhã. Segundo Edgar da Silva, haverá reuniões na noite de hoje, para os grevistas decidirem as próximas ações.
Ele e outras lideranças ouvidas ao final do ato na sede do iFood avaliam positivamente o primeiro dia do Breque Nacional em São Paulo. Eles acreditam que a postura da empresa na reunião só reforça o movimento.