O rapper DumDum, 54, membro do grupo Facção Central, sofreu um AVC na última quinta-feira (6) e está internado no Hospital do Campo Limpo, na zona sul de São Paulo. Ele passou mal por volta das 6h, foi submetido a uma cirurgia no dia seguinte e segue em estado grave.
Em nota divulgada no Instagram na segunda-feira (10), a equipe do Facção Central informou que DumDum “encontra-se em coma induzido, fazendo tomografias diárias para análise de melhora”. Na mesma publicação, também pedem apoio dos fãs e orações.
“Gostaríamos de agradecer a todos pelo carinho e apoio e reforçar o pedido de orações e energias positivas, independente de credo ou religião. É fundamental que nos unamos em orações e pensamentos positivos para que nosso querido amigo se recupere diante das circunstâncias que se encontra”, diz a nota.
História no rap
Washington Roberto Santana, o DumDum, começou a trabalhar cedo, aos 11 anos de idade, como entregador de jornal. Logo depois trabalhou como peixeiro e também em uma empresa de fotolitos – filme transparente que serve como matriz para impressão de material.
Washington, que na época já usava o apelido de DumDum – dado pela avó – foi preso pela primeira vez aos 27 anos e ficou três meses na cadeia até ser absolvido por falta de provas.
Depois de ver pela primeira vez um show de rap, ele se interessou pelo gênero musical e criou o grupo Fator Extra com o seu amigo Garga.
Em maio de 1989, foi formado o grupo Facção Central, inicialmente integrado por Jurandir, Eduardo e Nego – hoje conhecido como rapper Mag. DumDum e Garga entraram após a saída de Nego e Jurandir, começando então as atividades do grupo.
Com essa formação, eles lançaram dois álbuns, “Juventude de Atitude", em 1995, e “Estamos de Luto", em 1998. No ano seguinte, o grupo lançou o disco “Versos Sangrantos”, um dos mais polêmicos e populares de suas carreiras.
Com letras de protestos relacionados a temas como violência, corrupção, fome e a realidade nas periferias, o disco foi alvo de censura. A música “Isso Aqui é uma Guerra”, por exemplo, foi acusada de apologia ao crime.
No entanto, os integrantes afirmaram que não tinha nenhuma apologia, pois a mensagem que o clipe passava era de que o crime não compensa.
Em 2001, o Facção Central lançou o álbum “A Marcha Fúnebre Prossegue”, que inicia com a notícia da censura que o grupo sofreu, em seguida a faixa “Dia Comum”, retratando o cotidiano das periferias brasileiras, e também “A Guerra Não Vai Acabar”, uma resposta a censura do vídeo clipe.
Mais discos foram lançados depois, como “Direto do Campo de Extermínio", “O Espetáculo do Circo dos Horrores”, “A Voz do Periférico” e “Inimigo Nº1 do Estado”.