O ministro do STF determinou que governador explique as ações policiais no complexo de favelas da Maré, no Rio de Janeiro, após tiroteio com morte. Na quarta-feira, 12, operação policial está concentrada em Vila do João, Timbau, Baixa do Sapateiro e Pinheiros.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Edson Fachin, determinou que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), explique as ações policiais no complexo de favelas da Maré, no Rio de Janeiro.
A Defensoria Pública estadual foi uma das autoras do pedido ao STF. Segundo a ouvidora Fabiana Silva, a primeira negra a ocupar o cargo, o clima na Maré “segue sendo de medo por conta do sério risco da operação vingança”.
Na terça-feira, 11 de junho, um policial do Bope foi morto e outro ferido na Maré. À noite, Fachin determinou a explicação de Castro. O pedido do PSB e da Defensoria toca em pontos específicos.
Solicita o uso de câmeras corporais gravando sem interrupção, presença de ambulância e preservação de locais para perícia.
Na manhã de quarta-feira, 12, a operação policial no complexo da Maré estava concentrada na Vila do João, Timbau, Baixa do Sapateiro e Pinheiros.
Lohana Carla da Silva, mulher travesti moradora do Pinheiros, relata que “ontem e esta madrugada, a favela ficou deserta. Todo mundo com medo e tenso de ir pra rua”. Ela é diretora do Instituto Trans de Favelas.
“Na área do piscinão, que é da milícia, não houve relatos de operação”, diz Fransergio Goulart, coordenador executivo da Iniciativa Direito a Memória e Justiça Racial, e militante do Fórum Popular de Segurança Pública do Estado do RJ.
Segundo ele, “com a morte do policial do Bope tememos que a operação continue por um longo tempo. Por isso é fundamental o monitoramento da mídia e dos movimentos das violações que já foram e poderão continuar a serem produzidas como uma espécie de vingança”, conclui Goulart.