Tudo novo para gente é um grande desafio, ainda mais se tratando de uma mudança tão culturalmente afincada que é o consumo de origem animal, e não saber o que fazer é a parada mais normal do mundo.
A novidade faz com que tenhamos uma ânsia de mudar radicalmente, de falar tudo que sabemos, de mostrar para todo mundo o tempo todo, de achar que as nossas escolhas são novas, únicas, reais e verdadeiras.
Muitas vezes nessa transição para o veganismo, ignoramos conselhos, visões diferentes e agimos equivocadamente em diversos pontos, até porque estamos amadurecendo uma ideia e não temos nada formado ainda.
Vamos às dicas.
Em confraternizações e festas não tente convencer ninguém do seu ponto
Agora, no final do ano, as famílias querendo ou não se reúnem para comemorar, comer e fechar o ano juntos… afinal, essa é uma tradição brasileira. E quando você não consome carne, leite, ovos e nenhum tipo de derivado, surgem diversas dúvidas ou comentários, a melhor coisa nesse momento é falar o mínimo possível, e só se houver muita, mas muita curiosidade de alguém você conta detalhes, mostra perfis em rede social, vídeos, entre outras coisas. Gastar essa energia pode ser desgastante e gerar grandes frustrações.
Até porque, a sensação que ficamos é que se você explicou tudo para o seu tio-avô sobre veganismo ou qualquer pauta, ele tem que mudar, e as coisas não são bem assim.
Do contrário, seja o menos perceptível possível, evite mostrar o seu ponto ou argumentar contra quem quer que seja (a não ser que seja uma conversa madura, respeitável e produtiva), porque você já é assunto na sua família, você já é motivo de comentários, sem abrir a boca, só o fato de você recusar os ingredientes mais cobiçados (carne) da confraternização é motivo de reflexão de todos a sua volta.
Evite seguir dietas com restrições extremas
Muitas vezes quando pesquisamos sobre veganismo nas redes sociais ou mesmo em um buscador, o algoritmo nos dá opções com os temas relacionados e o veganismo está diretamente ligado à dieta (apesar de o veganismo não ser uma dieta e já falamos aqui sobre isso).
Principalmente porque a maioria das pessoas não tem dinheiro para nutricionista e muito menos para uma nutróloga. O básico para montar um prato é o suficiente, além de nos satisfazer, supre todas as nossas necessidades nutricionais.
Um bom prato de arroz com feijão, um legume grelhado, assado ou refogado, uma salada qualquer e um copo de suco de fruta já cumpre a função. E claro que isso é só um pequeno exemplo para mostrar que o segredo tá no simples, no básico.
Uma alimentação sem carne, ovos, leite e derivados é muito diversa e rica, com infinitas possibilidades, não precisamos buscar dietas milagrosas ou extremas. Aliás, cada um tem suas necessidades e particularidades.
Entre em qualquer mercadinho de bairro e leia os rótulos
A partir do momento que deixamos de consumir produtos de origem animal, surgem várias dúvidas do que podemos comer, o que comprar no supermercado, quais produtos de limpeza/higiene vamos utilizar, e acabamos aprendendo isso na raça. E parece no nosso imaginário que produtos não testados em animais ou produtos sem ingrediente animal é algo que só encontra numa lojinha pequena, toda chique num bairro caro da cidade, mas não é bem assim.
Em praticamente todos os mercadinhos que entramos até hoje, sempre encontramos produtos não testados em animais e produtos veganos. Independente da região, do bairro, do município, seja nas quebradas do interior de São Paulo, no interior de Minas ou nas quebradas do interior do Ceará.
E não tem segredo, tem que entrar nos mercadinhos, pegar a embalagem do que você quer e ler, vê se está escrito contém carne, leite, ovos ou derivados, e se nos produtos de higiene/limpeza tem a escrita ''não testado em animais''. Você vai se surpreender com a quantidade de produtos hoje disponíveis sem testes e que são veganos próximo a você. Essa é uma dica fundamental, se tivéssemos no começo da nossa transição teria facilitado muito. Então fica a dica, leia os rótulos.