A alimentação moderna baseada em produtos embalados e ultraprocessados é altamente prejudicial à saúde, e os impactos na saúde global são alarmantes. Os produtos ultraprocessados e de origem animal são os principais responsáveis quando o assunto é entupimento de artérias, derrames e infartos.
Pode parecer delicioso e extremamente prático chegar ao supermercado e comprar um sanduíche pronto que só basta esquentar por 5 minutos no micro-ondas, mas os problemas que esse hábito acarreta são extremamente negativos para a saúde.
Na quebrada, o consumo de bolachas recheadas, salgadinhos, miojo, lasanha pronta e embutidos como calabresa, salsicha, presunto e bacon são consumidos de maneira cotidiana.
Um artigo publicado na Frontiers in Nutrition mostrou que cerca de um terço das mortes por todas as causas atribuíveis ao consumo de ultraprocessados são por infarto e AVC. De acordo com o levantamento do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), observou-se um crescimento de infarto acima da média entre jovens de até 30 anos. De modo geral, os casos de infartos, no Brasil, mais que dobraram.
Por uma série de motivos, não há uma preocupação por parte das pessoas em relação ao mal que determinados produtos consumidos regularmente causam. A pessoa trabalha o dia inteiro, não tem tempo nem para respirar, muitos têm filhos para criar, são atravessados por uma rotina desgastante e insalubre, é quase impossível negar um alimento altamente calórico e viciante, é como uma droga mesmo.
Assim como as drogas ilícitas, a alimentação moderna tem um efeito parecido, o consumo de produtos que geram prazer e que são prejudiciais. Os expressos aqui sobre o crescimento de infartos no Brasil entre jovens é um exemplo. Existem uma série de condições e fatores para o crescimento da enfermidade. A principal condição para o surgimento de doenças cardiovasculares é o estilo de vida, isso inclui exercício físico, estresse, mas sobretudo a dieta, o que ingerimos diariamente.
As grandes empresas de embutidos animal e ultraprocessados não estão preocupadas com o consumo desenfreado da população, muito pelo contrário, pois é justamente esse consumo que garante o lucro e a maior receita possível para a indústria alimentícia.
Enquanto não tiver uma regulamentação, propagação de informação de qualidade e educação de base sobre o assunto, pouco avançaremos. Recentemente as embalagens ganharam novas regulamentações, como por exemplo, mostrar o excesso de açúcar e gordura adicionada da forma mais visível possível.
Não dá para negar o quão viciante são produtos de origem animal e ultraprocessados, eles são preparados em laboratórios, com pesquisas, com adição de ingredientes que viciam a população.
A alimentação vegana reduz quase a zero o consumo de ultraprocessado e reduz a zero o consumo de embutidos animais, sem contar as carnes com altos níveis de colesterol. E por contar com baixo consumo de alimentos processados e ultraprocessados, excluindo produtos de origem animal, com um consumo significativo de frutas, vegetais, grãos e cereais, pode ajudar de maneira direta a reduzir drasticamente doenças cardiovasculares, como o infarto.
Mas é óbvio que esse consumo é menos estimulado e menos viciante, portanto requer muito mais esforço das organizações sociais, do Estado, das empresas e da educação da população.
Para ter eficiência em combater o crescente número de infartos no Brasil, é preciso enxergar que o problema é multifatorial, não somente a alimentação. É preciso repensar o estilo de vida das populações urbanas, carga horária, sono, estresse, exercícios físicos, e questões genéticas. Mas sem dúvida, se tivermos uma alimentação vegana é bem provável que reduzimos muito o número de infartos tanto no mundo quanto no Brasil.
Por fim, o veganismo não é um movimento de saúde, nem de alimentação, é um movimento de libertação animal. Porém, por conta da alternativa aos alimentos de origem animal, o grande consumo de vegetais, tem como consequência ajudar a combater o infarto.
Pega a visão:
A alimentação saudável não pode ser exclusividade das classes privilegiadas, ingerir um alimento é muito mais importante do que imaginamos. Isso tem que valer para todas as classes, principalmente para as menos privilegiadas.