Dicas práticas para largar a carne sem gastar muito

Motivos para largar a carne não faltam, mas o que realmente falta são dicas práticas para realmente abandonar esse consumo.

11 jan 2023 - 15h44
(atualizado em 12/1/2023 às 05h00)
Foto: CanvaPro

Nos dias de hoje, o consumo de carne ganha evidência e se apresenta como completamente prejudicial ao meio ambiente, aos animais e à saúde humana. Ter uma alimentação sem carne, é mais barato e muito mais sustentável.

O mundo inteiro alerta para o quão problemático é ter uma dieta baseada em pedaços de animais. Muita gente até entende, sabe as consequências da pecuária, da indústria da carne, mas não consegue mudar, isso ocorre muitas vezes por falta de informação de como executar isso. ‘’Se eu tiro a carne, eu como o quê?’’

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A primeira coisa que precisa ser quebrada, é a ideia de que precisamos muito comer carne para ser saudável, e isso já é comprovado por A mais B de que não é uma verdade. Se escutarmos a indústria alimentícia, a pecuária e a indústria da carne, seremos provavelmente convencidos de que esse consumo é necessário.

Além de diversos estudos comprovarem que a carne é um grande problema, pessoalmente, vivendo na periferia, temos uma experiência muito positiva relacionado ao abandono da carne e a mudança da alimentação, com acréscimo de uma variedade de alimentos saudáveis.

Uma dica (que é uma informação importante), é que em relação aos nutrientes, o substituto da carne são os feijões, além de mais baratos, são extremamente acessíveis em quase toda região do Brasil. 

Outra dica importante, é não alimentar a ideia de substituir a carne por alimentos parecidos, com a mesma textura, mesmo cheiro e mesmo sabor, apesar de existirem boas opções hoje, alimentar essa ideia não é viável e acessível a longo prazo.

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O que não podemos deixar de falar, é que, ao invés de cortar a carne de vez, o melhor é ir adicionando alimentos de origem vegetal, ampliando o cardápio, e diminuindo gradativamente os pedaços de carne, assim você vai se adaptando e se acostumando com o novo hábito.

Não precisa ficar apenas em saladas e legumes, é possível incluir ''misturas'' à base de vegetais como hambúrguer de grão-de-bico, hambúrguer de lentilha, hambúrguer de soja, grãomelete, sojinha defumada com batata, carne de panela com soja graúda. Aqui temos várias receitas bem práticas para facilitar esse processo. 

Essa dica de acrescentar antes de tirar é ótima, porque quando você já tem uma alimentação variada, ao tirar um elemento não dá tanta falta. Tirar tudo de uma vez é possível e não tem problema nenhum, mas começar a acrescentar frutas, legumes e vegetais sem ter o hábito, pode ser um processo cansativo e desgastante, levando a uma possível frustração. 

Uma dica fundamental é não se agarrar a ideia de que um dia tudo na sua vida estará perfeito, e você vai perder o medo de não saber o que fazer para comer quando não tiver carne, ou até mesmo leite, ovos e derivados. 

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Tem que se arriscar, fazer coisa errada, não saber como agir em certas situações, só assim a gente aprende. Ter dúvidas de como será aquele momento quando você chega na cozinha ou num restaurante e pensa "e agora?", não pode ser visto de maneira negativa, porque tudo isso faz parte do processo de conhecimento e da mudança.

Comece a se aventurar na cozinha, e buscar receitas fáceis, com ingredientes comuns para fazer novos preparos sem nada de origem animal, compre temperos, pesquise no Google, não tem nada pronto ou uma forma certa de se fazer, o resultado sempre é muito positivo. Além de sair do automático, a gente aprende muito.

Com uma alimentação baseada em vegetais, legumes, frutas da época, grãos, cereais e preparos (mistura) com ingredientes acessíveis, largar a carne pode ser muito econômico. 

O açougue pode parecer o símbolo de vitória para muitos, principalmente quem vive no limite financeiro, no entanto, o que se tem lá é dor, sofrimento, crueldade e devastação.

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Se liga no que fazemos para praticar o veganismo sem muita grana: 

Para encontrar produtos não testados em animais, entramos em todo tipo de supermercado e lemos a embalagem, se o valor for absurdo, nós não compramos e continuamos procurando, sempre encontramos com preços excelentes.

Para alimentação, vamos até o atacadão e compramos todos os alimentos não perecíveis para durar o mês todo. Já as frutas, legumes e vegetais, compramos uma ou duas vezes na semana, geralmente em feiras ou quando o supermercado está com hortifrúti em promoção.

Aprendemos que produtos gourmet, caros e ultraprocessados com selo vegano, são produzidos para pessoas com dinheiro, e é só nicho de mercado.

Leonardo e Eduardo dos Santos são irmãos gêmeos, nascidos e criados na periferia de Campinas, interior de São Paulo. São midiativistas da Vegano Periférico, um movimento e coletivo que começou como uma conta do Instagram em outubro de 2017. Atuam pelos direitos humanos e direitos animais por meio da luta inclusiva e acessível, e nos seus canais de comunicação abordam temas como autonomia alimentar, reforma agrária, justiça social e meio ambiente.
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