Existem pães sem leite e sem ovos e aptos para veganos?

Desmistificar o veganismo é uma tarefa árdua, mas as pessoas gradualmente vão entendendo um pouco melhor como é simples e possível.

18 jan 2023 - 05h00
Foto: CanvaPro

Há muita gente interessada em entender e aprender como funciona o veganismo, como é o estilo de vida e o que essa rapaziada come. Quantas vezes já não escutamos ‘’uai, mas veganos podem comer pão?’’

Na verdade, o que acontece, principalmente, é que as pessoas acabam confundindo o veganismo com uma dieta, e o pão é demonizado por muita gente que segue alguma dieta moderna. Falando em dieta, o que acreditamos é em reeducação alimentar, tomarmos consciência de como a alimentação funciona no nosso organismo e aprender a se alimentar de maneira adequada.

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Seguir uma dieta X e ficar sofrendo com isso é desnecessário em muitos casos. Deixaremos esse assunto para outro artigo, vamos nos concentrar no debate em torno do pão e do veganismo.

O que é importante que todas as pessoas saibam, sobretudo você leitor, que está aqui neste artigo, é que o veganismo está relacionado com a proteção dos animais.

E o raciocínio é o seguinte: há exploração animal na produção do pão? Se a resposta for sim, como pães feitos com leite, ovos, manteiga ou gordura animal, uma pessoa vegana não vai comer, porque não quer, não porque não pode, pois envolve exploração animal profunda na produção desses produtos.

Se a resposta for negativa, como na maioria das vezes ocorre, sendo um pão feito de trigo, açúcar, fermento, sal, óleo e água, é apto para veganos. É simples assim. Há muito terrorismo alimentar hoje em dia, e isso de alguma maneira acaba caindo na conta do veganismo.

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Aliás, gostamos muito de comer pão, não podemos ver uma padaria, um mercadinho que já pegamos um pãozinho. 

''Mas… como saber se o pão contém produtos de origem animal na receita?'' Se for pães embalados disponíveis em gôndolas, é só ler o rótulo, muitas vezes está escrito de forma muito clara CONTÉM LEITE, OVOS E DERIVADOS. É muito fácil saber.

Se o pão que você está querendo estiver disponível apenas na padaria, como o pão francês, por exemplo, é só se comunicar com o padeiro, conversar com os funcionários educadamente para ter essas informações. Sempre, absolutamente sempre me responderam e até deixaram eu ler a embalagem dos pães.

Esses dias entrei numa padaria e perguntei para funcionária se o pão francês continha algum ingrediente de origem animal, e ela disse que ''sim, tinha tudo isso''. Aí eu disse ''geralmente não vai, por isso eu perguntei''. E ela disse ''Deixa eu ver com o padeiro'', quando ela voltou, ela voltou com uma informação completamente diferente, disse que ''Realmente o pão francês não vai nadar de origem animal'', eu agradeci e pedi a quantidade que queria.

Confessamos que é muito tranquilo fazer isso, talvez para nós, que já estamos acostumados seja mais fácil, mas de modo geral é muito tranquilo. Dependendo do lugar a gente acaba falando que temos alergia, ou qualquer coisa do tipo, isso facilita muito a comunicação.

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Claro que é mais fácil não precisar pensar em tudo isso, ignorar completamente e consumir tudo sem perguntar e seguir o baile. Porém, quando a gente sabe que um simples pão pode conter muito sofrimento, como é o caso do ovos, do leite e derivados, essa postura se torna completamente necessária.

Pega a visão:

Pessoas que não tem acesso à alimentação adequada, estão em situação de fome, como a maioria dos brasileiros, esse debate não deve ser considerado. Pessoas em situação de insegurança alimentar devem comer o que tiver e como puder. É importante salientar que esse debate é direcionado as pessoas com acesso e que podem escolher o que comer. 

É difícil falar sobre alimentação, opção e alternativas em uma sociedade completamente desigual, justamente por isso somos completamente favoráveis a uma mudança estrutural, políticas públicas.

Leonardo e Eduardo dos Santos são irmãos gêmeos, nascidos e criados na periferia de Campinas, interior de São Paulo. São midiativistas da Vegano Periférico, um movimento e coletivo que começou como uma conta do Instagram em outubro de 2017. Atuam pelos direitos humanos e direitos animais por meio da luta inclusiva e acessível, e nos seus canais de comunicação abordam temas como autonomia alimentar, reforma agrária, justiça social e meio ambiente.
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