Ser vegano não é nada difícil, muito pelo contrário. Depois de mais de 7 anos no veganismo é impressionante como melhoramos fisicamente, mentalmente, nossa forma de enxergar o mundo, alimentação muito mais barata e saudável, nossa disposição é outra, é realmente muito bom e simples.
No entanto, tem algo que torna a adoção do veganismo complicada para muita gente. E não é nada relacionado com a prática, mas sim algo psicológico, que está diretamente relacionado com a ideia de privação e liberdade.
Óbvio que essa ideia é questionável, mas de antemão vamos nos concentrar no porque o veganismo soa como algo privativo para a maior parte da população.
A ideia é muito simples, o veganismo é associado de maneira correta, ao corte de produtos altamente gordurosos, calóricos, portanto viciantes, que são os produtos de origem animal.
Há uma reação imediatamente contrária ao veganismo, principalmente para quem nunca teve contato, não afinidade nenhuma com o assunto e não sabe das infinitas possibilidades.
Essa reação de oposição ao veganismo, pode ser considerada algo muito específico, que psicólogos descobriram com um estudo em 1960. Esse estudo está centrado na ideia de reação mental e emocional que uma pessoa tem ao se deparar com suas escolhas limitadas.
Nos Estados Unidos surgiu um boato em uma época que o governo estava querendo banir os hambúrgueres, e esse boato fez com que muitas pessoas passassem a comer mais e mais hambúrgueres. Essa reação é psicológica, está calcada na ideia de privação e desejo.
Ou seja, se uma pessoa se sente limitada, ocorre um processo que torna ela ainda mais dependente daquilo, gera mais vontade. E isso em maior escala, faz com que as pessoas desenvolvam uma aversão ao veganismo.
Justamente porque lutamos para que os produtos de origem animal deixem de ser protagonistas na nossa alimentação.
E como já mencionado, esses produtos são altamente viciantes, ainda mais inseridos nessa cultura completamente dependente desses produtos. Mas a dificuldade não está no veganismo em si, mas na ideia que o veganismo passa em termos de consumo.
Sem contar que muitos produtos e alimentos veganos são muito, mas muito mais saborosos que produtos de origem animal. Por exemplo, não dá nem para comparar o sabor do leite de vaca, com o leite de amendoim, o de amendoim é saboroso, não é uma secreção sem gosto de um mamífero de outra espécie.
Além disso, muitos outros preparos como hambúrgueres de falafel, de soja, lentilha, superam o sabor da carne. É uma questão de paladar, costume e temperos. Outros exemplos, são os doces veganos, não são doces enjoativos, são leves, com um sabor intenso de vários ingredientes.
Mas tudo é hábito e costume, e a possibilidade de alimentação que existe no veganismo é impressionante. Comer carne, tomar leite, comer ovos e outros produtos de origem animal, gera dependência assim como outras drogas.
Cortar produtos de origem animal da alimentação é um processo complexo pois a sociedade não está preparada para isso e ninguém ao nosso redor vai apoiar. Dificilmente encontraremos apoio para essa decisão, mas isso jamais pode impedir uma mudança tão importante.
As pessoas ao nosso redor acabam não apoiando por vários motivos, como por exemplo, por ser algo completamente diferente dentro da nossa cultura, por provocar reflexões indesejadas mas necessárias, como por exemplo, pensar nos animais enquanto seres dignos de respeito e não como mercadoria.
O veganismo a princípio pode provocar essa reação psicológica sobre privação e restrição alimentar, mas isso só ocorre porque estamos completamente dependentes desses produtos de origem animal e não nos abrimos para experimentar alimentos novos, outros sabores.
Ser vegano é bom para nós, para o planeta e principalmente para os animais. Quando nos tornamos veganos ampliamos nosso consumo, passamos a consumir uma variedade expressiva de outros alimentos. Antes, nosso prato era só arroz, feijão e carne, ou ovo, salsicha, frango e batata frita. Hoje é colorido, repleto de alimentos nutritivos, composto por uma variedade de vegetais e preparos saborosos.