Veganismo e comida sem glúten são completamente diferentes 

Entenda o que significa um alimento sem glúten porque ele não tem relação nenhuma com o veganismo.

3 ago 2023 - 15h17
(atualizado em 4/8/2023 às 09h46)
Foto: CanvaPro

Quantas pessoas já não me perguntaram: ‘’Você é vegano, então você não come pão, né!?’’. Muito, mas muito pelo contrário, acho que dificilmente vamos encontrar pessoas que consomem tanto pão, quanto os veganos não celíacos.

Essa confusão é muito comum, porém é completamente equivocada, e não faz o menor sentido confundir veganismo com alimento sem glúten, e vamos explicar o porquê.

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O trigo, a cevada, o triticale e o centeio são compostos por cerca de 40-70% de amido, e entre outros, 7-15% de proteína, entre as proteínas presentes nesses cereais, está a glutenina, que é uma proteína formadora de glúten. 

Portanto, um alimento sem glúten é qualquer preparo sem trigo, cevada, triticale, centeio e derivados, e qualquer produto de origem animal que não contenha esses cereais, e não foi processado numa máquina que produz alimentos com glúten, é livre de glúten.

Todos esses cereais são de origem vegetal, logo, são aptos para quem não consome nada de origem animal. Se a pessoa é vegana, não é celíaca e não tem nenhuma intolerância ao glúten, não faz sentido ela evitar alimentos com glúten. 

Pães contém glúten, mas se não for feito com leite, ovos ou banha suína é apto para veganos e veganas
Foto: CanvaPro

Algo que costuma confundir as pessoas, é o supermercado, pois no mesmo corredor que estão os alimentos destinados aos celíacos, normalmente estão os que veganos consomem.

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O glúten não faz mal, não é nocivo e não deve ser evitado, a não ser se tivermos alguma restrição a essa proteína. Hoje em dia, temos acesso a muitas informações na internet, na televisão, no rádio, nos podcasts, em filmes, séries e novelas e, com isso, ficamos bastante confusos.

Claro que existem veganos que não consomem alimentos com glúten por opção, pois se baseiam em determinados estudos que dizem que o glúten faz mal. Mas é a exceção da exceção. Não podemos estereotipar e colocar todos os veganos no mesmo balaio.

Com isso, não queremos dizer que é legal ter uma alimentação baseada em pão, somos a favor de uma alimentação saudável, consciente e que não cause impactos negativos na nossa saúde. O pão faz parte, é uma fatia da nossa alimentação, que por questões óbvias deve ser colorida, diversa e rica em nutrientes e fibras.

Se tornar vegano é não colaborar com a exploração animal, e fazer isso de forma prática no dia a dia, deixando de consumir carnes, leite, ovos e derivados, evitando utilizar produtos com ingredientes de origem animal, ou que foram testados em animais, não apoiar vaquejada, rodeios, ou qualquer entretenimento com animais, entre outros.

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O veganismo não é uma dieta, não é um movimento voltado para a alimentação, e muito menos uma alternativa gastronômica. Então essa associação de alimentos sem glúten com veganismo não passa de uma confusão sem embasamento.

Pega a visão: 

Evitar o consumo de origem animal por uma questão ética é completamente diferente de qualquer dieta moderna, ou com propostas milagrosas voltadas para o corpo. Nunca associe nenhuma dieta restritiva ou extrema com veganismo.

O veganismo é uma escolha, é uma possibilidade, e, apesar de ser saudável, nutritivo e viável não consumir produtos de origem animal, não tem como princípio central a dieta. 

Leonardo e Eduardo dos Santos são irmãos gêmeos, nascidos e criados na periferia de Campinas, interior de São Paulo. São midiativistas da Vegano Periférico, um movimento e coletivo que começou como uma conta do Instagram em outubro de 2017. Atuam pelos direitos humanos e direitos animais por meio da luta inclusiva e acessível, e nos seus canais de comunicação abordam temas como autonomia alimentar, reforma agrária, justiça social e meio ambiente.
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