Veganismo: por que colocamos produtos de origem animal em tudo 

Self-services, padarias, lanchonetes, entre outros lugares que colocam produtos de origem animal onde não precisa.

15 nov 2023 - 15h45
(atualizado às 15h47)
Carne, leite e ovos.
Carne, leite e ovos.
Foto: CanvaPro

No Brasil temos o hábito de colocar ingredientes de origem animal em todos os preparos e alimentos. Recentemente, escrevemos um texto mostrando como o veganismo está presente no nosso dia a dia sem que a gente perceba, mostrando como é fácil um alimento ou produto sem ingredientes de origem animal no nosso cotidiano.

Neste, abordaremos como a cultura do consumo de origem animal se alastra de forma quase unânime em todo país, e está presente em diversos alimentos que não precisam acompanhar nada de origem animal.

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Começando pelos self-services espalhados pelo Brasil, como o próprio nome em inglês já anuncia, é um autosserviço de alimentação, ou seja, você pode escolher o que colocará no prato, é a forma de restaurante mais democrática. Essa é uma das melhores opções de restaurantes para quem não quer consumir um determinado alimento, seja lá por qual motivo for.

Mas quando se trata de não querer consumir produtos de origem animal, como carne, queijos, leite, ovos, banha suína, temperos de carne, entre outros, não é tão simples assim.

Boa parte dos restaurantes self-service nos oferecem a opção de escolher tudo separado, mas quando você pergunta para algum funcionário sobre o que tem em cada preparo, geralmente as comidas que são naturalmente veganas, como o feijão, por exemplo, tem algum tipo de carne.

A maioria dos molhos é à base de leite, e às vezes até o arroz é feito com margarina/manteiga, ou temperos com ingrediente animal.

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E tudo isso se deve à cultura na qual vivemos, temos os produtos de origem animal como base da alimentação. Além disso, há um status, um simbolismo em relação ao consumo de carne, queijos e derivados animais, que se tratando de Brasil, é historicamente sinônimo de luxo e fartura. Sem contar o sabor viciante e o alto valor calórico.

Então, ''por que não colocar produtos de origem animal em tudo que temos direito?''. Colocando, assim, valor nos preparos que fazemos e compramos.

Ou seja, quando qualquer pessoa abre um restaurante, um self-service, ou até mesmo vai criar um produto alimentício, está impregnado no software mental dela que para aquele produto ou estabelecimento ter valor, precisa ter algum ingrediente de origem animal.

Por isso, em qualquer espaço que visitamos, eventos, festas, confraternizações, mercados, feiras, os produtos de origem animal estão espalhados em grande maioria, e os vegetais estão sempre como coadjuvantes. 

Nem toda cultura, necessariamente, precisa ser preservada e passada de geração para geração. É importante questionar nossos hábitos e costumes, quando eles impactam na vida de bilhões de animais, contribui para o desmatamento, queimada, poluição generalizada, doenças modernas, entre centenas de outros problemas associados a criação, comercialização e consumo de produtos oriundos de animais.

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Leonardo e Eduardo dos Santos são irmãos gêmeos, nascidos e criados na periferia de Campinas, interior de São Paulo. São midiativistas da Vegano Periférico, um movimento e coletivo que começou como uma conta do Instagram em outubro de 2017. Atuam pelos direitos humanos e direitos animais por meio da luta inclusiva e acessível, e nos seus canais de comunicação abordam temas como autonomia alimentar, reforma agrária, justiça social e meio ambiente.
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