Veganos, flexitarianos e vegetarianos: entenda a diferença

Embora os termos estejam relacionados com a questão do consumo de origem animal, existem diferenças entre eles

15 jun 2022 - 16h06
(atualizado em 23/6/2022 às 19h24)
Foto: CanvaPro

Existem diversos fatores que motivam as pessoas a pararem de consumir produtos de origem animal. O fator religioso, cultural, nutricional, de saúde, ambiental e, sobretudo, por questões éticas.

No Brasil, essa transição ocorre principalmente pelo último fator, devido a como os animais são tratados na indústria.

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Há uma grande confusão referente ao significado de cada termo, apesar do crescimento exponencial do veganismo e o debate sobre o vegetarianismo estar em cena. Para conhecimento é importante entender o que significa cada um deles.

Quando começamos a pesquisar sobre veganismo tínhamos muitas dúvidas também e, para nós, esses termos era tudo uma coisa só com vários nomes.   

Apesar de parecer tudo a mesma coisa, eles são bem diferentes, e o que difere cada um é a motivação por trás da escolha. 

Vegetarianismo:

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O vegetarianismo é a prática mais antiga e mais conhecida por todos nós, e diferente do veganismo, é considerado uma dieta, pois se restringe apenas a alimentação e a exclusão de carnes —  todos os tipos de carne —  incluindo embutidos, peixes e frutos do mar, mas não abre mão dos ovos, leite e derivados.

No vegetarianismo existem diferentes vertentes:

Vegetariano Estrito: Pessoas que se consideram vegetarianas estritas não consomem nada de origem animal, além da carne, cortam também outros produtos como leite, ovos e mel. Porém, utilizam couro, produtos testados em animais, entre outros hábitos que não transcendem a alimentação.

Ovolactovegetariano: No ovolactovegetarianismo as pessoas não consomem nenhum tipo de carne animal, mas consomem ovos e leite.

Lactovegetariano: os lactosvegetarianos além de não consumirem nenhum tipo de carne e nem ovos, ainda consomem leite e derivados, como manteiga, margarina, iogurte, danone, etc.

Flexitarianismo: 

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O termo flexitarianismo foi criado pela nutricionista estadunidense Dawn Jackson Blatner. A nutricionista propõe uma dieta baseada na mudança gradual de alimentos, tendo em vista que diversas pessoas têm uma imensa dificuldade em se adaptar a uma refeição sem nada de origem animal.

Pessoas que consomem carne em menos de 3 refeições por semana podem ser consideradas flexitarianas, no entanto, não é uma dieta vegetariana, alguns dizem que ela é considerada semivegetariana.

Se liga: 

O flexitarianismo pode ser considerado como uma transição para o veganismo, é um ótimo caminho. Contudo, se acatamos o flexitarianismo como ideal, estaremos ignorando completamente a exploração de animais. Ao consumir, eventualmente, produtos de origem animal, como leite, ovos e carne, estamos financiando a exploração animal e afirmando que isso está tudo bem, que podemos matar e comer animais, mas só de vez em quando.

Com o flexitarianismo ainda precisaríamos da indústria, do confinamento e do abate de diversas espécies.

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Veganismo:

Por se tratar de uma causa em defesa dos direitos sociais pelos animais, o movimento vegano vai muito além da alimentação. Os Veganos buscam consumir e ter uma vida com menor impacto possível na vida dos animais. Por isso, além de não consumirem alimentos de origem animal, também não utilizam roupas de coura/lã/seda, não frequentam lugares que utilizam animais como entretenimento (rodeio, vaquejada, circo) e não usam produtos de limpeza, cosmético e higiene testados em coelhos, camundongos e porquinhos-da-índia, por exemplo. Assim como o vegetarianismo, o veganismo também tem diferentes vertentes. 

Veganismo de mercado:

O veganismo de mercado é uma vertente que atua contra a exploração de animais com base no consumo, pautada em produtos e acesso a produtos industrializados veganos e ultraprocessados. Essa vertente acredita que o veganismo só vai se popularizar quando tivermos um paraíso de produtos ultraprocessados veganos nas prateleiras dos supermercados.

Veganismo Popular:

O veganismo popular é um movimento político, que busca mudanças estruturais, visando a proteção animal, o fim da exploração humana, a preservação ambiental e propagação de uma alimentação mais saudável para a população.

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Esse movimento vem crescendo muito nos últimos anos por considerar toda forma de opressão humana, e abordar o veganismo compreendendo a realidade brasileira, ao invés de focar apenas no consumismo e direito dos animais.

Se liga:

O mais importante é compreender que a criação de animais em larga escala, a comercialização e o consumo de animais tem diversos impactos em muitos níveis. Deste modo, abandonar o consumo desses produtos é o caminho mais viável para quem não concorda com essas práticas, por isso, é tão necessário diferenciar cada termo e se atentar às diferenças.

Leonardo e Eduardo dos Santos são irmãos gêmeos, nascidos e criados na periferia de Campinas, interior de São Paulo. São midiativistas da Vegano Periférico, um movimento e coletivo que começou como uma conta do Instagram em outubro de 2017. Atuam pelos direitos humanos e direitos animais por meio da luta inclusiva e acessível, e nos seus canais de comunicação abordam temas como autonomia alimentar, reforma agrária, justiça social e meio ambiente.
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