Existem diversos fatores que motivam as pessoas a pararem de consumir produtos de origem animal. O fator religioso, cultural, nutricional, de saúde, ambiental e, sobretudo, por questões éticas.
No Brasil, essa transição ocorre principalmente pelo último fator, devido a como os animais são tratados na indústria.
Há uma grande confusão referente ao significado de cada termo, apesar do crescimento exponencial do veganismo e o debate sobre o vegetarianismo estar em cena. Para conhecimento é importante entender o que significa cada um deles.
Quando começamos a pesquisar sobre veganismo tínhamos muitas dúvidas também e, para nós, esses termos era tudo uma coisa só com vários nomes.
Apesar de parecer tudo a mesma coisa, eles são bem diferentes, e o que difere cada um é a motivação por trás da escolha.
Vegetarianismo:
O vegetarianismo é a prática mais antiga e mais conhecida por todos nós, e diferente do veganismo, é considerado uma dieta, pois se restringe apenas a alimentação e a exclusão de carnes — todos os tipos de carne — incluindo embutidos, peixes e frutos do mar, mas não abre mão dos ovos, leite e derivados.
No vegetarianismo existem diferentes vertentes:
Vegetariano Estrito: Pessoas que se consideram vegetarianas estritas não consomem nada de origem animal, além da carne, cortam também outros produtos como leite, ovos e mel. Porém, utilizam couro, produtos testados em animais, entre outros hábitos que não transcendem a alimentação.
Ovolactovegetariano: No ovolactovegetarianismo as pessoas não consomem nenhum tipo de carne animal, mas consomem ovos e leite.
Lactovegetariano: os lactosvegetarianos além de não consumirem nenhum tipo de carne e nem ovos, ainda consomem leite e derivados, como manteiga, margarina, iogurte, danone, etc.
Flexitarianismo:
O termo flexitarianismo foi criado pela nutricionista estadunidense Dawn Jackson Blatner. A nutricionista propõe uma dieta baseada na mudança gradual de alimentos, tendo em vista que diversas pessoas têm uma imensa dificuldade em se adaptar a uma refeição sem nada de origem animal.
Pessoas que consomem carne em menos de 3 refeições por semana podem ser consideradas flexitarianas, no entanto, não é uma dieta vegetariana, alguns dizem que ela é considerada semivegetariana.
Se liga:
O flexitarianismo pode ser considerado como uma transição para o veganismo, é um ótimo caminho. Contudo, se acatamos o flexitarianismo como ideal, estaremos ignorando completamente a exploração de animais. Ao consumir, eventualmente, produtos de origem animal, como leite, ovos e carne, estamos financiando a exploração animal e afirmando que isso está tudo bem, que podemos matar e comer animais, mas só de vez em quando.
Com o flexitarianismo ainda precisaríamos da indústria, do confinamento e do abate de diversas espécies.
Veganismo:
Por se tratar de uma causa em defesa dos direitos sociais pelos animais, o movimento vegano vai muito além da alimentação. Os Veganos buscam consumir e ter uma vida com menor impacto possível na vida dos animais. Por isso, além de não consumirem alimentos de origem animal, também não utilizam roupas de coura/lã/seda, não frequentam lugares que utilizam animais como entretenimento (rodeio, vaquejada, circo) e não usam produtos de limpeza, cosmético e higiene testados em coelhos, camundongos e porquinhos-da-índia, por exemplo. Assim como o vegetarianismo, o veganismo também tem diferentes vertentes.
Veganismo de mercado:
O veganismo de mercado é uma vertente que atua contra a exploração de animais com base no consumo, pautada em produtos e acesso a produtos industrializados veganos e ultraprocessados. Essa vertente acredita que o veganismo só vai se popularizar quando tivermos um paraíso de produtos ultraprocessados veganos nas prateleiras dos supermercados.
Veganismo Popular:
O veganismo popular é um movimento político, que busca mudanças estruturais, visando a proteção animal, o fim da exploração humana, a preservação ambiental e propagação de uma alimentação mais saudável para a população.
Esse movimento vem crescendo muito nos últimos anos por considerar toda forma de opressão humana, e abordar o veganismo compreendendo a realidade brasileira, ao invés de focar apenas no consumismo e direito dos animais.
Se liga:
O mais importante é compreender que a criação de animais em larga escala, a comercialização e o consumo de animais tem diversos impactos em muitos níveis. Deste modo, abandonar o consumo desses produtos é o caminho mais viável para quem não concorda com essas práticas, por isso, é tão necessário diferenciar cada termo e se atentar às diferenças.