Veja dicas de como praticar o veganismo no dia a dia

Muito se fala sobre veganismo, mudar alimentação, roupas, produtos sem testes, entre outras coisas, mas como trazer isso pro cotidiano?

6 out 2022 - 15h44
Foto: Vegano Periférico

Praticar o veganismo no dia a dia é muito simples, mas é preciso aprender algumas coisas. É normal a gente ver algumas teorias, muitas ideias, informações e mais informações sobre o movimento vegano, mas pouco sobre como ser vegano mesmo, como trazer isso para a nossa rotina.

Primeiro ponto é sobre o quão relativo isso pode ser, pois vivemos num país com diversas realidades. Não existe uma forma perfeita de ser vegano, é preciso adaptar a nossa rotina, a nossa realidade e condições.

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Eu tinha três empregos quando me tornei vegano, tomava cerca de 4 ônibus por dia, tinha pouquíssimo tempo e não ganhava bem. Tive que dar um jeito, e adaptar ao meu dia a dia. Meu irmão era garçom, ganhava pouco na época também e morava de favor. Ou seja, se nem eu e meu irmão que somos gêmeos tivemos uma experiência parecida, não dá para esperar que todos sigam o mesmo modelo de veganismo.

Dito isso, podemos dar algumas dicas que são mais genéricas e que são muito úteis no dia a dia. 

Alimentação 

Bom, na rotina de qualquer pessoa tem a ida ao mercado, restaurante ou feira, isso independente da dieta praticada. O fato é que precisamos nos alimentar para sobreviver. Como vamos fazer isso é uma decisão individual.

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Esse receio de não saber o que comer ou que comprar quando não queremos mais usar nada de origem animal é só falta de informação, porque metade das compras presentes em nossos carinhos são alimentos sem nada de origem animal. 

Apesar de 40,4% dos domicílios brasileiros terem reduzido o consumo de frutas e 36,8% reduziram o consumo de legumes e vegetais segundo o IBGE (devido à crise financeira), as frutas, legumes, grãos, cereais e hortaliças sempre estiveram presentes em todos os carrinhos. 

O que precisamos fazer ao parar com o consumo animal é diminuir os itens de origem animal (que muitas vezes são embutidos cancerígenos e derivados gordurosos), e não fazer trocas mirabolantes e super elaboradas.  

Um exemplo é o arroz e feijão presentes no carrinho que substituem absolutamente todas as carnes em relação ao valor nutricional.

Além da compra (que não é mistério nenhum como podemos ver), é possível preparar uma infinidade de coisas com ingredientes vegetais, dá para fazer hambúrgueres, bolinhos, almôndegas e congelar. Congelar marmitas para ir comendo ao longo da semana ou levar para o trabalho. 

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Produtos de limpeza, cosméticos e higiene pessoal

Em relação aos produtos testados em animais, o ideal é ler rótulos, pesquisar na internet marcas veganas que são mais populares, pois será bem mais barato do que comprar com marcas específicas, que infelizmente são muito inacessíveis.

Atualmente, existem diversas marcas populares no Brasil que são veganas. Em qualquer mercadinho que você entrar, é só olhar nos rótulos que deve ter a especificação na embalagem, produto não testado em animais. Em todas as regiões que já estivemos, foi possível encontrar produtos não testados em animais, desde periferias da capital de São Paulo até o interior do Ceará.

Moramos em cidades muito pequenas do interior do Brasil, (cidade com 6 mil habitantes) e nunca tivemos dificuldade para encontrar sabonetes, pasta de dentes, xampus, desodorantes, sempre tem nos mercadinhos as marcas populares e boa parte delas não realizam testes em animais.

Roupas, sapatos, tênis, cintos e outros

Sempre que precisamos comprar roupas, sapatos, cintos ou qualquer tipo de adereço chegamos na humildade trocando ideia com o vendedor ou vendedora sobre a origem daquele material, se é de couro ou sintético e na maioria das vezes descobrimos várias opções 

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Atualmente isso está muito mais fácil de saber, as etiquetas contém todas informações sobre o produto. 

Uma vez fui comprar um tênis, e acabei gostando bastante de um modelo X, mas notei que poderia ser camurça, na caixa não falava, nem na etiqueta, aí fui pesquisar na internet, entrei na loja virtual, e descobri que realmente era camurça: a opção foi trocar o tênis e comprar um sintético, simples assim.

Às vezes estamos usando peles de animais sem fazer a mínima ideia disso. 

Fora de casa 

Aqui é possível encontrar uma certa dificuldade se quisermos comer coisas mais específicas, como coxinha de jaca, salgadão, pastel, esfiha, cachorro-quente. Infelizmente a oferta ainda é muito escassa e o preço não ajuda muitas vezes, mas felizmente está surgindo muitos lugares com opção e lugares veganos acessíveis. 

Por outro lado, comer comida mesmo, PF, é muito mais tranquilo, pois a maioria dos restaurantes tem arroz, feijão, salada, vegetais, legumes e frutas, dá para fazer uma boa refeição fora de casa, mesmo em lugares não veganos, até mesmo em churrascaria já comemos e foi tranquilo. 

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Uma dica mais ‘’radical’’ caso você esteja na rua e precisando comer algo, e está com dificuldade de achar, é entrar num mercadinho e comprar frutas, paçoquinha, amendoim, como banana e maçã, e comer para quebrar um galho.

Se liga: 

Esses relatos são baseados em nossas experiências e não é uma regra que deve ser seguida ou uma verdade absoluta. 

Já são 7 anos sem consumir carne e vivendo sempre com dificuldades financeiras, trabalhando em vários lugares e morando em diversas regiões do país, então apenas usamos essa caminhada como exemplo. Porém, cada um tem uma realidade e uma forma de viver, cabe a cada um adaptar essa forma de viver a sua maneira e tentar ao máximo respeitar os animais, deixando eles de fora do nosso consumo.

Leonardo e Eduardo dos Santos são irmãos gêmeos, nascidos e criados na periferia de Campinas, interior de São Paulo. São midiativistas da Vegano Periférico, um movimento e coletivo que começou como uma conta do Instagram em outubro de 2017. Atuam pelos direitos humanos e direitos animais por meio da luta inclusiva e acessível, e nos seus canais de comunicação abordam temas como autonomia alimentar, reforma agrária, justiça social e meio ambiente.
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