Veja os benefícios de parar de consumir animais e derivados

Deixar de consumir animais é a melhor forma de manter uma boa saúde, defender os animais e proteger o meio ambiente.

22 fev 2023 - 05h00
Feira
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Foto: CanvaPro

Os benefícios que temos ao parar de consumir carne se dá tanto no âmbito individual quanto no âmbito coletivo. Isso significa que, ao cortar os produtos de origem animal, a tendência é termos melhoras pessoais, como na nossa saúde e disposição e, também, contribuir com a preservação ambiental, diminuição da matança animal e no combate às mudanças climáticas

Há poucos dias, uma matéria totalmente mal-intencionada e confusa, mencionou que uma alimentação baseada em vegetais é mais prejudicial ao meio ambiente do que uma alimentação baseada em produtos de origem animal (em pequena escala). Mas é uma grande mentira.

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A produção de carne, com todo recurso destinado à criação de animais, é muito, mas muito pior em relação ao meio ambiente, quando comparado com a produção de vegetais. Inclusive, um estudo que analisou mais de 38.000 fazendas que produzem 40 produtos agrícolas diferentes em todo o mundo chegou à conclusão que a melhor e mais sustentável forma de se produzir carne hoje é pior do que a pior e menos sustentável de se produzir vegetais.

A ideia de produzir carne localmente, é ultrapassada e impossível em um planeta que em breve terá 10 bilhões de bocas para alimentar.

Vamos listar alguns benefícios do veganismo que já foram comprovados cientificamente.

Positivo para a saúde

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Há mais de 7 anos a Academia de Nutrição e Dietética dos EUA estabeleceu que as dietas veganas e vegetarianas são saudáveis e nutricionalmente adequadas. No entanto, só é saudável e nutricionalmente completa, uma alimentação diversificada e colorida. Uma alimentação vegana baseada apenas em carboidrato e pobre em nutrientes e proteína, não é nada benéfico.

Por isso, é importante ter uma alimentação vegana repleta de grãos, cereais, frutas e legumes.

O mais importante, é que a alimentação vegana exclui os alimentos cancerígenos e ricos em colesterol, nocivos à saúde humana, como as carnes, embutidos ultraprocessados, leite, ovos, queijos e derivados. Esses produtos são considerados prejudiciais ao organismo e estão relacionados a diversas doenças crônicas como as cardiovasculares, câncer e o diabete.

Para além do colesterol, um estudo nos Estados Unidos que contou com a presença de 4.000 homens por 12 anos, constatou que a reação do nosso organismo ao consumo de carne vermelha também é prejudicial à saúde. Como, por exemplo, o aumento nos níveis de glicose no sangue e inflamação generalizada. Conforme a pesquisa, o risco é 22% maior a cada porção de carne ingerida a cada dia.

Uma alimentação vegana repleta de vegetais e sem esses produtos de origem animal é a chave para uma saúde incrível.

Combate o sofrimento e a matança de animais

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Outro grande benefício que não diz respeito a nós, mas é de extrema importância, é o sofrimento e a exploração animal. O sofrimento animal tende a diminuir ao passo que paramos de consumir carne, leite, ovos, mel e passamos a nos preocupar com a exploração dos animais e defendê-los, em muitos casos, de maneira ativa.

Cerca de 74 bilhões de animais terrestres são mortos a cada ano e trilhões de animais marinhos são exterminados para virarem comida para humanos. É preciso repensarmos a nossa forma de lidar com os animais.

Temos a consciência de que os animais não são recursos e não estão aqui para servir, e ter essa noção é muito positivo e um passo gigante rumo a uma sociedade mais justa.

Agir de maneira ética e defender outros seres é uma forma de se enxergar no mundo de maneira mais coletiva e não autocentrada (tanto enquanto humanidade como indivíduo mesmo).

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Benéfico ao meio ambiente

A pecuária é a principal responsável pelo desmatamento da Amazônia, respondendo por 75% de todo desmatamento. A criação de gado, com práticas comuns: pastagem, áreas de cultivo de grãos para ração (monocultura/ração) e tudo que envolve a produção de carne é completamente insustentável e degradante.

A pastagem é considerada a forma mais prejudicial de utilização do solo. A pastagem além de ser responsável por desmatar uma área antes florestada, danifica o solo, pois um solo pisoteado pelos ruminantes dificulta a infiltração, favorecendo processos erosivos e impedindo o crescimento de vegetação, ou seja, um desastre completo.

Além disso, a produção de grãos para a alimentação animal é uma das principais responsáveis pela desertificação de biomas como o Cerrado, por exemplo. A plantação de grãos destinados à ração de ruminantes tem promovido grandes desmatamentos em todos os biomas, mas essencialmente no Centro-Oeste brasileiro (Cerrado). De acordo com a WWF, mais de 79% de toda soja plantada no mundo é destinada à pecuária.

A pecuária com seu impacto ambiental provoca grande perda de biodiversidade, alteração da fauna e flora, desertificação, alteração no ciclo hidrológico (prejudicando a evapotranspiração), aumento de doenças zoonóticas, entre uma série de outros problemas.

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Se tornar vegano é fortalecer uma causa justa, ética e coerente.

Pega a visão:

A produção de carne é completamente insustentável, portanto, abolir esse consumo é fundamental para a preservação ambiental, para a saúde humana e pela misericórdia com os animais.

Precisamos olhar a natureza e todas as espécies que dividem esse planeta com a gente em sua plenitude e importância, e não como mero recursos.

Fontes:

Poore & Nemecek, 2018. Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia). Academia de Nutrição e Dietética dos EUA (AND).

Estudo sobre a reação do nosso organismo à ingestão de carne. Dietary Meat, Trimethylamine N-Oxide-Related Metabolites, and Incident Cardiovascular Disease Among Older Adults: The Cardiovascular Health Study

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Leonardo e Eduardo dos Santos são irmãos gêmeos, nascidos e criados na periferia de Campinas, interior de São Paulo. São midiativistas da Vegano Periférico, um movimento e coletivo que começou como uma conta do Instagram em outubro de 2017. Atuam pelos direitos humanos e direitos animais por meio da luta inclusiva e acessível, e nos seus canais de comunicação abordam temas como autonomia alimentar, reforma agrária, justiça social e meio ambiente.
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