Veja quais são os estereótipos mais comuns dos veganos

Nós humanos somos bons em estereotipar as pessoas, seja por suas escolhas, cultura ou estilo de vida. Criamos um imagem e acreditamos nela

20 out 2022 - 05h00
(atualizado às 08h12)
Foto: CanvaPro

Ao falar de veganismo, qual é a imagem que vem à sua cabeça? Essa imagem, a forma que você acredita que a pessoa vive, os gostos, as escolhas, o estilo de vida, essa imagem é o estereótipo. Da mesma forma que estereotipamos pessoas de outros países, fazemos com os veganos.

Quando éramos apenas uns moleques de quebrada que não acompanhavam muito questões mais políticas, direitos humanos, direitos dos animais, meio ambiente, essas fita, a gente tinha uma imagem muito equivocada de pessoas vegetarianas. 

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O que precisamos entender é que esse estereótipo não é uma realidade, isso é uma criação nossa, muito influenciado por aquilo que normalmente vemos.

E a imagem do veganismo passada pela mídia permeia muito no imaginário das pessoas, algo que ronda celebridades e pessoas ‘gratiluz’. Algo esotérico, voltado para quem tem grana, que se alimentam de maçã orgânica e estão a par da realidade do mundo, das dificuldades e implicações sociais.

Todo movimento é diverso, e todas as culturas, religiões e sociedades são diversas, mas especificamente no que diz respeito a movimentos políticos, existem vertentes, pessoas e pessoas. É um tanto quanto limitado da nossa parte acreditar numa imagem e achar que é isso e pronto.

Sempre que mencionamos para qualquer pessoa que somos veganos, elas interpretam a gente com base em estereótipos e nós estamos totalmente fora do que as pessoas imaginam de um vegano. 

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É muito comum, pessoas associarem pessoas veganas com incenso, comidas exóticas, ioga, ou pessoas que amam animais e não gostam de pessoas, gente que abraça árvores e não usa plástico. Apesar de ter gente vegana que está dentro de tudo isso, não é verdade que a maioria está ou que isso seja uma regra, muito pelo contrário.

Se tem uma coisa que aprendemos é que o mundo é diverso, e os estereótipos fazem com que a gente tenha uma forma limitada de pensar sobre determinados assuntos, congelamos as pessoas sem nos aprofundar.

Tem uma história com um amigo dentro do busão, que tinha uma visão completamente deturpada e estereotipada do veganismo, era um mano que estudava com a gente.

Ao me trombar no busão ele falou que viu a gente na TV e mencionou que a gente não comia carne, e fez diversas perguntas e até cometeu uma fala preconceituosa, dizendo que tinha uma menina no trampo que não comia carne, e disse que o pessoal do trabalho aloprava muito ela.

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Mas o melhor foi que tivemos tempo para conversar, nós ficamos no mesmo busão por cerca de 40 minutos. Ao longo do percurso fomos trocando ideia, e expliquei alguns pontos para ele sobre nossas convicções e motivações.

No final da viagem, já chegando no terminal, ele me deu um abraço e disse que não sabia de nada daquilo que conversamos o caminho todo e que aprendeu muito e ia ficar mais ligado. 

Foi uma experiência bastante enriquecedora para nós dois, uma troca verdadeira e respeitosa, que resultou em muito aprendizado, onde tive a oportunidade de desmistificar o veganismo para um amigo de infância que tava totalmente por fora, e mostrar que a forma que pensamos, de maneira muitas vezes preconceituosas, é só falta de informação mesmo. 

Sabemos que é impossível se aprofundar em tudo e os estereótipos nos ajudam a economizar energia, por isso incansavelmente estamos tentando quebrar alguns mitos e romper esse estigma do veganismo de classe média.

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Leonardo e Eduardo dos Santos são irmãos gêmeos, nascidos e criados na periferia de Campinas, interior de São Paulo. São midiativistas da Vegano Periférico, um movimento e coletivo que começou como uma conta do Instagram em outubro de 2017. Atuam pelos direitos humanos e direitos animais por meio da luta inclusiva e acessível, e nos seus canais de comunicação abordam temas como autonomia alimentar, reforma agrária, justiça social e meio ambiente.
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