Ritmo que é quase a essência das quebradas, o funk também tem se popularizado com as vozes femininas. Pensando nessa visibilidade e no potencial das minas é que nasce a primeira edição do Festival da Frente Nacional de Mulheres do Funk. Vai rolar nos dias 29 e 30 de abril, na Cidade Tiradentes, zona leste de São Paulo, e com entrada gratuita.
A programação conta com oficinas de produção musical, batalha de passinho, shows, desfile de moda, rodas de conversa, exposição de artes visuais, exibição de curtas e documentários. A iniciativa propõe apresentar a pluralidade do funk pela perspectiva feminina, reunindo diversas linguagens artísticas, profissionais da cultura e comunidade.
“Essa é uma ação cultural produzida exclusivamente por mulheres para que o olhar feminino seja ampliado dentro das estruturas artísticas do funk. Sua representatividade reflete a essencial importância e o profissionalismo da mulherada no movimento, sobretudo as mulheres negras que são invisibilizadas no processo artístico e profissional da cultura”, diz Renata Prado, idealizadora, articuladora nacional e porta-voz da Frente Nacional de Mulheres no Funk.
O evento também tem como objetivo dialogar com a juventude do funk como um todo. “Além de evidenciar a presença feminina, o projeto reúne grandes artistas da cena. Diversas vertentes do gênero estarão presentes: funk consciente, trap funk, mandelão, entre outras”, acrescenta Renata.
No dia 29 de abril, por exemplo, a programação é marcada pela exposição individual “Sobrevivendo no Inferno”, da artista Fernanda Souza, do Grajaú, além de oficina de produção musical com o DJ Pablo RB, responsável por hits como “Bota na Pipokinha”, da MC Pipokinha.
Outro destaque é a exibição do documentário “Mortos em Abril”, seguido de bate-papo com os roteiristas e pesquisadores Guilherme Lúcio e Cabra, a vereadora Elaine Mineiro (representante governamental da mandata coletiva Quilombo Periférico) e Fernanda Garcia (estudante de direito e irmã de Dennys Guilherme, jovem assassinato pela PM no baile da DZ7 em dezembro de 2019) sobre a violência policial e sua relação com a cultura funk.
Também vai rolar uma batalha de passinho com jurados conceituados no mundo do funk para garantir que a batalha seja de alto nível, valendo uma premiação em dinheiro.
Já domingo, 30 de abril, o festival recebe shows de MCs como Lalão do TDS, Nego Blue e Cebezinho. Na mesma data, acontecem os icônicos sets das DJs Gabi Nas, Menezes e Negaly.
“Grande parte das atrações escolhidas para participar do festival são moradores da Cidade Tiradentes, bairro do extremo leste de São Paulo, conhecido como o berço do funk paulistano. A curadoria foi construída coletivamente por todas as integrantes da FNMF”, completa Renata. Confira a programação completa:
Dia 29/4
13h até 21h - Exposição 'Sobrevivendo no Inferno', de Fernanda Correrua
14h - Cerimonial de abertura
14h30 - Oficina de Produção Musical com DJ Pablo RB
16h30 - Exibição "Mortos em Abril" + roda de conversa sobre a violência policial e sua relação com a cultura funk
18h30 - Desfile "Bonde da Tony Country"
19h30 - Batalha de Passinho
Dia 30/04
13h até 21h - Exposição 'Sobrevivendo no Inferno', de Fernanda Correrua
13h - DJ Gabi Nas
15h30 - DJ Menezes
17h - MJ Lalão
17h30 - Dj Negaly
19h - MC Cebezinho
19h45 - Apresentação dos finalistas da "Batalha de Passinho"
20h - Mc Nego Blue
SERVIÇO
1° Festival da Frente Nacional de Mulheres do Funk
29 e 30 de abril, sábado e domingo, a partir das 13h
Centro de Formação Cultural da Cidade Tiradentes
Rua Inácio Monteiro, 6.900 - Jardim São Paulo, São Paulo
Entrada gratuita