Meio-dia em ponto, olho na cara do sol, depois do velho stress no mercado, vou de banda, cumpro o prometido e paro no primeiro boteco.
- Uma gelada façavô, tem o que aí pra beliscar?
Bebi foi duas, eu tô leve, uma felicidade sem tamanho no coração, hoje promete, me demorei um pouco, porque dois tiozão começaram lembrar uns carnavais antigos, batendo na mesa cantaram uns sambas de enredo lindo.
No relógio quatorze horas em ponto, vou de quintal em quintal, preciso da um beijão na Tia Nega, aí tenho que me esforçar pra ser coisa rápida, tem onda pra curtir ainda: vou beliscando um petisco aqui, pegando uma breja ali, já tem algo assando na churrasqueira acolá e nossa presença graças o bom Deus é bem vinda.
Dezoito horas em ponto: - Só dá um talento no black façavô pai.
E o P.H cheio de cliente posso comprometer seu trampo a rapa tem a paciência porque não vou cortar, se não era debate. "Senta aí, caraí". Garfo, secador, Laquê e thum... A mágica tá feita, segundo ele se ninguém tocar na carapinha o laquê segura até amanhã. Aff, hoje tumultuo.
Vinte horas em ponto, tô tentando ir pra casa, só que os amigos tá animado cantarolando um samba, do um raspa e beberico a penúltima, tem uns caras que é dali pra cama, desandaram. Tenho que ir, tenho responsa, antes mando aquela "Fantástico é saber curtir a vida..".
Porra, é nossa cara, finalizei a latinha e fui.
Vinte e três horas em ponto, o Uber deixou ela no meu portão, eu tô emocionado, quase sem acreditar que essa mina tá aqui no meu barraco, que vestido, tecido africano salmon algumas flores de estampa, sua pele noite e o brilho do riso desenha uma paisagem noturna, o coração acelera, algo ainda desconhecido batuca em meu peito.
Depois do beijo então não sinto vontade de não ser ou fugir, agora é ficar, se fôr ver mesmo também merece felicidade.
Um sol entre as sombras de um Natal: Capítulo 2 - A preta quer passar o natal comigo e agora?