Em 2007, quatro amigos de infância se reuniram para começar um projeto de rodas de samba, após frequentarem muitos eventos musicais do gênero e tocarem em bares à noite. Assim, o "Samba no Asfalto" surgiu e o grupo começou a tocar nas ruas de Ermelino Matarazzo, na zona leste de São Paulo.
Na ocasião, Diego de Oliveira, 38, Afrânio Juventino, 56, Lucimauro Silva, 38, e o ex-integrante Ricardo Reis, 53, tinham como objetivo apenas reunir a família e os amigos. Para se manter em alta, o grupo contava com o "boca a boca" dos moradores e divulgações pelo Orkut, famosa rede social da época.
Porém, em 2008, eles se inscreveram em um edital do VAI (Programa de Valorização de Iniciativas Culturais), da Prefeitura de São Paulo, e tudo mudou: o projeto deixou de ser uma simples roda de samba para se tornar um coletivo cultural. Apesar disso, não deixaram de enfrentar dificuldades.
"As principais dificuldades que enfrentamos no início eram a falta de estrutura, orçamento curto e falta de diálogo com as autoridades para termos auxílio com fechamento de rua e tendas", relembra Oliveira, coordenador musical do Samba no Asfalto.
"Hoje o projeto cresceu muito e, por mais que possamos contar com o apoio de autoridades e do comércio local, ainda temos dificuldade de nos mantermos", complementa.
O Samba conseguiu outras contemplações pelo VAI nos anos de 2009, 2010, 2014 e 2019. Também participa regularmente de atividades nos CEUs (Centros Educacionais Unificados) e em Casas de Cultura de São Paulo.
Atualmente, o grupo conta com 10 integrantes, sendo 23 pessoas trabalhando na equipe em geral, entre apoiadores, professores, músicos, produtores e fotógrafos. Lucimauro Silva, por exemplo, cuida de toda parte burocrática e atua como produtor e fotógrafo dentro do projeto.
No último dia 17 de julho, foi realizada uma roda de samba especial e gratuita na praça Benedito Ramos Rodrigues, uma das principais praças da região central de Ermelino Matarazzo. O evento reuniu cerca de 5 mil pessoas, segundo os organizadores, e resultou na gravação do primeiro DVD do grupo.
"Ermelino é muito rico culturalmente, mas não há muitos espaços para que todo esse potencial se desenvolva. O Samba no Asfalto consegue garantir mais espaços para o lazer e cultura para toda a família da nossa comunidade", afirma Silva.
Atividades na zona leste
Desde a fundação, o Samba no Asfalto conta com apresentações sempre aos terceiros domingos do mês na praça Benedito Ramos Rodrigues, conhecida como 1º de maio.
Também há projetos culturais realizados no CDM (Centro Esportivo de Ermelino Matarazzo), como oficinas semanais de samba rock e gafieira, às segundas e terças-feiras, respectivamente, das 20h às 22h. Tudo oferecido de forma gratuita para crianças e adultos de baixa renda.
Hoje o projeto tem o apoio de autoridades e outros projetos locais, como Secretaria Municipal de Cultura, Centro de Educação Popular Comunidade Nossa Sra. Aparecida, Mundo em Foco, Varre Vila e Agenda da Periferia (Ação Educativa), para manter cuidados com a infraestrutura das tendas, palco, som e banheiros e garantir o desenvolvimento das atividades.
"Esperamos que o projeto continue crescendo, que cada vez mais alunos cheguem até nós para as aulas de samba rock e gafieira e que este projeto que começou com a gente possa ser passado para as próximas gerações", conclui o produtor Silva.
Quando: Aos terceiros domingos de cada mês
Horário: Das 14h às 21h
Local: Praça Benedito Ramos Rodrigues - Av. Milene Elias, 1398 - Jardim Belém, São Paulo - SP
Preço: Gratuito
Quando: Às segundas e terças-feiras
Horário: Das 20h às 22h
Local: Centro Esportivo de Ermelino Matarazzo - Rua Reverendo João Euclides Pacheco, 308 - Jardim Matarazzo, São Paulo - SP
Preço: Gratuito
13/08: Casa de Cultura Brasilândia - Praça Benedicta Cavalheiro, s/nº (zona norte)
21/08: Praça Benedito Ramos Rodrigues
28/08: Casa de Cultura Freguesia do Ó - Largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, 215 (zona norte)
Agência Mural