Em outubro, muito se fala sobre câncer de mama e a importância da prevenção e dos exames para conter a doença. Em geral, vemos campanhas muito voltadas para a população cis e, na nossa conversa de hoje, achei pertinente olhar e pensar na saúde da população trans. Em entrevista para o Simplão, oncologista do grupo Oncoclínicas, Luciana Landeiro me ajudou nessa missão.
Logo de cara, ela me explicou que homens trans não apresentam risco aumentado de câncer de mama, mesmo quando submetidos a terapia hormonal. “Um estudo holandês, que avaliou 1.229 homens trans em uso de terapia hormonal, reportou apenas quatro diagnósticos de câncer de mama, taxas menores quando comparadas a população de mulheres cis gênero”, justifica.
Dados como este, por outro lado, não dispensam a realização de exames de rotina, que ajudam a identificar doenças e na elaboração de tratamentos. A doutora Luciana relembra que, infelizmente, falar sobre acesso à saúde para a população trans ainda é um problema também. Entre os exemplos, ela destaca as disparidades tanto no que se refere à prevenção quanto ao diagnóstico precoce do câncer e falta de compreensão por parte da equipe médica quanto à identidade de gênero.
Por outro lado, a saúde pública tem registrado alguns pequenos avanços. Por exemplo, segundo informações da Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) o SUS introduziu, o direito ao uso do nome social, pelo qual travestis e transexuais se identificam e escolhem ser chamados socialmente – e não apenas nos serviços especializados que já os acolhem, mas em qualquer outro da rede pública de saúde. O Processo Transexualizador foi instituído em 2008, passando a permitir o acesso a procedimentos com hormonização e cirurgias.
Para ficarmos na mesma página, te convido a assistir o nosso papo de hoje, tá? A saúde é um bem essencial e um direito de toda a população. Acesso à informação é sempre importante. Bora?