Em meio a muitas conversas duras por aqui, decidi falar sobre sentimentos. Para ser mais específica, achei que valia a pena, depois dos últimos anos que vivemos no Brasil e no mundo, conversar sobre luto, perdas e a readaptação da nossa mente a novas realidades.
“A forma mais simples e prática que conheço de explicar o luto é a dada por Freud; ele chama “trabalho de luto” a esse processo eminentemente psíquico de um trabalho de adaptação de nossa mente, de nossa realidade a ausência de algo amado. É uma tentativa de reconstrução de nosso mundo sem esse objeto amado”, iniciou o psicólogo Cláudio Melo.
E aí, pra completar a conversa, a psicóloga da rede Telavita, Maria Ludmila Antunes de Oliveira Mourão, trouxe uma outra perspectiva sobre essa realidade. “ Aqui “dar conta” não significa resolver, mas sim reconhecer a perda, identificar o que se perdeu com essa perda, o que o outro era pra você. E isso não se dá de uma vez só, vai ser visto, encontrado várias vezes, de diversas formas, aos poucos, em partes, em pedaços.”
Quando o assunto são desafios enfrentados pela nossa mente e como cada um enfrenta os seus processo da maneira que consegue, a conversa certamente tem um significado singular para cada um de nós. Por aqui, levei alguns ótimos aprendizados e torço para que, desse lado aí, essa conversa, que fala sobre perda, apego, a importância dos rituais e o contexto que vivemos atualmente, acabe sendo um abraço também.