Vamos falar de violência política e o diálogo na periferia

Casos de violência política estão aumentando, e isso não é um problema exclusivo do Brasil, como vimos na Argentina. Esse é o papo de hoje

5 set 2022 - 05h00
Violência política e diálogo na periferia
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Segundo dados da UniRio, no primeiro semestre deste ano, houve um aumento de 32% nos casos de violência política. A fim de entender o que isso significa na prática, a ossa conversa hoje foi elaborada com o suporte do professor e sócio do Instituto Locomotiva Álvaro Machado Dias e do sócio-presidente do instituto Renato Meirelles. 

Os dois me explicaram as raízes que estruturam a violência política aqui no Brasil e recordam que isso não é uma novidade. No nosso papo, a gente relembra a Era Vargas e a forma que a polícia agia naquela época, que também configura violência política. Renato citou também outros períodos marcados por conflitos que também se encaixam nessa categoria. 

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"A gente não pode esquecer a situação convulsionada da Era Vargas, bem como o fato de que o regime militar gerou, entre outros subprodutos, a estrutura do crime organizado típica do Comando Vermelho, PCC, por meio da sua lógica de encarceramento", explicou o professor. Pensando na violência do Estado x população, surgiu uma nova reflexão: quem participa dos debates que sustentam ou estimulam a violência política?

Me lembrei rapidamente de como as manifestações acontecem em espaços específicos da cidade e de como na periferia esses episódios são raros ou inexistentes. Em busca de uma resposta para a falta de participação de uma parcela da população nesse contexto, o cientista político Nauê Bernardo me trouxe uma perspectiva impactante, mas real do que vivemos. 

"A população periférica, há tempos, não faz parte da formação dos debates ideológicos que permeiam os espaços políticos", iniciou o cientista, trazendo à tona a falta de identificação e de acesso da população periférica ao diálogo eleitoral. "Existe a dificuldade de ocupação de espaços decisórios verdadeiros na sociedade, sobretudo nas estruturas partidárias", conclui.

A missão por aqui é sempre expandir e estimular o diálogo e a participação na política em todos os espaços. Por aí, isso faz parte da rotina? Torço para que a conversa de hoje seja um primeiro passo para a reflexão seguida da ação. Vamos?

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Fonte: Redação Terra
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