Lidar com dinheiro faz parte da rotina de qualquer pessoa. É com ele que pagamos contas e impostos, compramos alimentos, planejamos viagens e, consequentemente, realizamos sonhos. Para aqueles que possuem um pequeno negócio, a boa gestão financeira impacta diretamente o faturamento e tem papel central em sua longevidade. Aprender a administrar de maneira saudável o caixa, e as reservas pessoais, é um passo importante para evitar percalços, expandir os negócios e encontrar soluções para momentos desafiadores.
Adriana Silva, 51, se deparou com um desses momentos no final de 2019. “Tive uma suspeita de câncer, não era maligno, graças a Deus, mas eu precisaria passar por uma cirurgia no início de 2020”, conta. Sua filha, preocupada com a situação, já que a mãe passaria um período sem poder trabalhar, a incentivou a tirar do papel uma ideia antiga: abrir um brechó. “Dia 8 de fevereiro a loja nasceu e eu fui operada no dia 12 do mesmo mês. Essa loja tem um valor muito grande, pela causa que defende e uma simbologia nas nossas vidas”, completa.
O desejo de abrir um negócio era antigo, mas o empurrão final aconteceu justamente quando a saúde ficou debilitada. “Justamente nessa época, participei de um encontro com a educadora financeira Mônica Costa, que não era especificamente sobre empreendedorismo, mas ela trouxe muito desse lado. Ela fez a gente perceber o quanto sabemos empreender, comercializar, o quanto isso está no nosso sangue e a gente não percebe. Aconteceu bem na época em que eu estava passando por esse momento delicado, e foi um despertar pra mim”, explica.
Com a loja em funcionamento, começaram a surgir as dúvidas e algumas dificuldades bastante típicas de um pequeno empreendimento, como o fluxo de caixa e o contato com os clientes. Foi então que Adriana decidiu fazer o curso de educação financeira de Mônica Costa. “O pequeno empreendedor não tem tanto essa separação do que é o CPF e o CNPJ, isso meio que se mistura. Quando a gente estuda um pouco mais, acaba aprendendo que muita coisa se aplica para ambos. O curso ajudou a melhorar o layout, nossa forma de comunicação com o público e identificar os ralos financeiros. Com isso, automaticamente você traz mais compradores, e gera também mais recorrência, o que impactou o faturamento. As vendas melhoraram bem depois que a gente começou trabalhar melhor”, conta a educadora financeira Mônica.
Educação financeira e ancestralidade
Mônica Costa, 49, educadora financeira e jornalista, passou a dar palestras e cursos sobre o tema em 2019, quando lançou a G&P Finanças. "Comecei por uma demanda pessoal, porque eu havia decidido empreender. Sou jornalista, essa é minha primeira formação, mas havia um problema de crescimento, uma questão de invisibilidade, resultado da estrutura machista e racista, que se refletia em falta de grana. Então eu decidi criar uma estrutura de comunicação dentro de casa, e no processo de educação financeira eu fui percebendo que esse é um lugar que nós, mulheres negras, não estávamos. E eu sentia que havia algumas especificidades”, explica.
Percebendo que os cursos de educação financeira, geralmente, não contemplavam a realidade das mulheres negras, Mônica se especializou em Terapia Financeira e Gestão de Investimentos. Desde que lançou a G&P Finanças, mais de 500 mulheres já passaram por seus cursos, porém o número aumenta quando se leva em conta as parcerias: “Trabalhamos muito com outras redes, como a Rede de Mulheres Empreendedoras e a Reafro, uma rede de afro empreendedores, e também com empresas. Então esse número de alunas certamente já passou de mil”.
Os cursos de Mônica se dão em módulos e têm três pilares: educação financeira, autoestima e ancestralidade. “Quando você lida com escassez, que é o caso de muitas mulheres negras, você já está criando estratégias. Mas essas mulheres às vezes não se dão conta de que as estratégias que elas usam já são estratégias financeiras. Dar consciência disso é um dos trabalhos”, afirma.
Para Mônica, a educação financeira é um passo necessário para que se possa fazer escolhas mais assertivas e, dessa forma, ter mais liberdade. “Essa liberdade não vem apenas para o campo financeiro, mas profissional e pessoal: eu continuo nesse relacionamento abusivo porque não tenho dinheiro, eu continuo nesse emprego onde ninguém me respeita porque não tenho dinheiro, continuo trabalhando com o que não gosto porque não tenho dinheiro. Ter controle do seu dinheiro é importante para mudar de profissão, sair de relacionamentos abusivos, pensar em outros caminhos. A gente precisa ter o dinheiro como aliado e não como um carrasco. E a educação financeira pode ajudar a atender esses anseios, isso é libertador”, conclui.
Tratamento financeiro
Pensando em colaborar com a comunidade de Osasco e região na questão da gestão financeira, o professor do departamento de administração da Unifesp, Ahmed Sameer El Khatib, 40, criou em agosto de 2022 a Clínica de Educação Financeira. “É um projeto de extensão da faculdade, de fluxo contínuo. A ideia da clínica é realmente dar tratamento, como se fosse um médico, porque a gente sabe que tem patologias envolvendo o bom trato do dinheiro, como as questões do consumo não consciente e do hiper endividamento. A ideia é tratar o problema com soluções de curto, médio e longo prazos”, conta.
O projeto é tocado por Ahmed com auxílio de 13 alunos do curso de graduação da universidade. A clínica já foi procurada por uma assistente social da prefeitura de Osasco, que trabalha com 100 jovens aprendizes em situação de vulnerabilidade, para que recebam assistência. “Firmamos o compromisso, esse é o primeiro produto da clínica. As pessoas precisavam de algo efetivo, que é a alfabetização financeira, nada de livros, de joguinhos online, nada do que está sendo produzido, mas sim de algo mais perene. E a gente só consegue atender esses alunos e outras pessoas se entendermos a realidade deles. Clinicar compreende atender a pessoa e acompanhar o tratamento, para caso precise de ajustes”.
A principal queixa das pessoas físicas que já procuraram a clínica é o endividamento. “A gente não ensina ninguém a ficar milionário, não é assim. Nossa ideia é ensinar a pessoa a não perder dinheiro. E há coisas simples, como não considerar o cartão de crédito e o cheque especial como renda adicional, porque não é. Isso é acessório, para o caso de uma emergência, e gera um custo alto. Mas há uma questão comportamental por trás disso, que leva muitas famílias brasileiras para o buraco, e é aí que a gente quer atuar”, explica.
Já no caso dos pequenos negócios, o principal problema é o fluxo de caixa. “A gente costuma dizer que o caixa é rei. Veja no final do ano, a quantidade de propaganda que os bancos fazem na televisão dizendo para o pequeno empresário, que precisa de capital de giro para pagar seus fornecedores, para contratar seus empréstimos. Eles sabem do problema e apresentam soluções, mas soluções caras. Esse acompanhamento que estamos oferecendo é de médio a longo prazo, é um tratamento mesmo”, conclui.
Para aqueles que desejem conhecer mais do trabalho da Clínica de Educação Financeira da Unifesp, é só acessar a página no Instagram: @cef.unifesp.
Educação financeira na prática
O acesso à educação financeira e o controle do orçamento é apontado por especialistas como um fator de redução das diferenças sociais e da melhoria da economia dos países como um todo.
No Brasil, em que se tem uma enorme desigualdade na distribuição de renda, 75 milhões de brasileiros recebem mensalmente meio salário-mínimo ou menos, segundo um levantamento feito recentemente por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais, é importante ter incentivo a educação. Com a digitalização dos processos, incluindo os financeiros, as fintechs tem tomado esse desafio para si. Além de facilitar o acesso ao sistema bancário, com soluções simples, justas e sem taxas adicionais, muitas dessas empresas têm e detém de soluções com foco em educar seus consumidores sobre uso do crédito, gerenciamento e controle da renda, investimentos, planejamento, entre outros serviços.
Para Daiane Alves, educadora financeira da Neon, uma das principais contas digitais do país, não basta comunicar sobre a importância da educação financeira, é preciso mostrar que é acessível e engajar. “O orçamento da maioria dos brasileiros é muito apertado. Ainda não são todos que tem acesso às mesmas oportunidades econômicas e sociais. A ausência da educação financeira é uma das barreiras que o brasileiro trabalhador enfrenta na hora de realizar um planejamento financeiro, mesmo que ele já tenha definido as metas que deseja alcançar. Para nós, na Neon, essa realidade é evidente, com isso, por meio das nossas soluções e produtos temos como objetivo incentivar o brasileiro trabalhador a entender melhor com a sua vida financeira, aproveitando ao máximo o que o dinheiro pode oferecer”, explica.
Desde 2017 no mercado de fintechs, a Neon oferece uma gama de produtos e soluções digitais com tecnologia e design desenhados para atender de forma simples e justa o brasileiro trabalhador.
Por meio do aplicativo da Neon, disponível para Android e iOS, a Neon oferece o direito ao crédito e gerenciamento financeiro consciente a todos: com facilidade, preço justo e sem burocracia. O cliente Neon pode gerenciar seus gastos direto pelo aplicativo da Conta Digital Neon; Portabilidade de salários; e, à investimentos com rendimento do CDB, em que o cliente define parcelas diárias ou mensais, sem taxas adicionais, e vai juntando até alcançar o valor desejado.
Para mais informações sobre o portfólio de produtos e soluções financeiras da
Neon, acesse: www.neon.com.br