A taxa de oferta de emprego formal é 223 vezes maior no distrito da Barra Funda, na região central de São Paulo, do que em Cidade Tiradentes, periferia na Zona Leste da capital paulista. É o que mostra o Mapa da Desigualdade 2022, estudo divulgado nesta quarta-feira (23) pela Rede Nossa São Paulo, com base em dados de 2020.
A taxa de oferta de empregos para cada 10 habitantes participantes da pesquisa em idade ativa é de 67,1 na Barra Funda, enquanto em Cidade Tiradentes ela cai para 0,3. A média geral da cidade de São Paulo é de 4,3.
Em outros bairros como Grajaú, Parelheiros, Capão Redondo, Jardim Ângela e Brasilândia as taxas também são menores que em bairros nobres da Cidade. Respectivamente, as taxas são: 0,6; 0,5; 0,5; 05 e 0,5, contra 43,7, na Sé; 37,4, no Itaim Bibi; 23,2, em Santo Amaro; 21,9, Bela Vista e 20,3, em Pinheiros.
O cálculo utilizado para a média é equivalente ao número de empregos formais em 31 de dezembro de 2020, dividido pela população em idade ativa e multiplicado por 10. Depois, a rede estabelece o "desigualtômetro", que mede a distância entre o melhor e o pior indicador.
Ainda segundo a pesquisa, a remuneração média de emprego formal é 4,4 vezes maior em São Domingos (R$ 7.498,65), na Zona Norte de São Paulo, do que na Brasilândia (R$ 1.693,82), na mesma região. Em São Paulo, a média salarial é de R$ 4.002,2. Se comparado ao Mapa da Desigualdade, divulgado em 2020, a taxa em São Domingos subiu 7,1%, enquanto na Brasilândia caiu 17,4%.
Quando se analisa a taxa de microempreendedores, dois bairros do extremo sul chamam atenção. No Grajaú, a proporção de MEIs (Microempreendedores Individuais) é de 2,77%, 92,3 vezes maior do que em Marsilac, quem tem uma proporção de 0,03%. A média geral da cidade de São Paulo é de 1,0%.
O Mapa da Desigualdade é desenvolvido pela Rede Nossa SP anualmente desde 2012. Ele compara dados públicos sobre os 96 distritos de São Paulo com objetivo de ampliar o acesso às informações e auxiliar na elaboração de políticas públicas.