Se você vive na periferia, é provável que o clima da Copa do Mundo já esteja sendo desenhado nas calçadas, enfeites nas ruas e nas rodas de conversa para organizar onde a galera vai se reunir para acompanhar os jogos.
Para entender melhor sobre as tradições que temos por aqui, eu conversei com o antropólogo e mestre em Antropologia Social da USP, Enrico Spaggiari. E para expandir ainda mais os horizontes, troquei uma ideia com o jornalista esportivo Victor Lopes. Time em campo, vamos para o papo!
Sobre o momento vivido dentro das periferias quando diversas seleções do mundo de reúnem para competir, o Enrico aponta que: "“A Copa do Mundo tem uma grande importância para os bairros periféricos, nas quebradas, especialmente por serem espaços públicos de construção de forte pertencimento e vínculos comunitários, onde as relações familiares, vicinais e de amizade, que muitas vezes se embaralham, são construídas cotidianamente em meio às dinâmicas de trabalho, moradia, lazer e cuidado."
Para o Victor, além da união para torcer e o amor pelo futebol, o evento também é uma oportunidade de aprendizado. "Cada canto do mundo tem uma história diferente pra contar. Trocas culturais e históricas trazem aprendizados para a vida. Quando se conhece o próximo, seus costumes e pontos de vista, se torna mais fácil desconstruir preconceitos e formar opiniões mais corretas quanto à vida. O Qatar possui uma influência religiosa enorme, resultado de anos e anos de aprendizado dessa forma", argumenta.
Seja pelo álbum de figurinhas, a vaquinha pra comprar tinta pra pintar a rua ou no bolão com a galera, fato é que este grande evento envolve e mexe com as emoções de muita gente. E a camisa, onde entra nessa história depois de tudo que aconteceu no nosso cenário político nos últimos meses? A resposta a gente encontrou juntos no vídeo de hoje. Bora?