A edição da Taça das Favelas SP de 2022, chegou ao fim na tarde do último sábado (8) e teve como palco o gramado da Arena Barueri, cidade da região metropolitana de São Paulo. A disputa feminina pelo troféu envolveu a Seleção de Paraisópolis, vice-campeã em 2019, e o time da favela Campanário, de Diadema. A briga pelo título de campeão no masculino ficou entre São Bernardo, de Campinas, e a Favela Jardim Ibirapuera, que levou o caneco para casa. Os dois campeões são da zona sul da capital paulista.
Final feminina
Embora o placar mínimo de apenas um gol tenha sido o resultado da partida, consagrando a equipe de Paraisópolis a campeã do torneio, o jogo entre as meninas foi emocionante do começo ao fim. A equipe da zona sul começou a partida pressionando as adversárias do Campanário e, depois de um escanteio, a bola sobrou para Natany que empurrou para o fundo das redes aos sete minutos da primeira etapa.
Personagem principal na finalização das jogadas da Seleção de Paraisópolis, a atacante Angélica Quero-Quero lembrou a reportagem do Visão do Corre antes do jogo sobre o título que escapou em 2019, e da vontade de ganhar a edição deste ano da Taça das Favelas. “Vamos em busca do troféu, fazer diferente de 2019 e que venha o ouro pra nós”, afirmou.
No segundo tempo foi a vez das jogadoras da Favela Campanário subir a marcação e apertar a saída de bola das adversárias. A estratégia deu certo e a equipe de Diadema teve duas boas chances com Tati, a artilheira do time. No entanto, um chute foi defendido pela goleira Thais e o outro acertou o travessão antes da bola sair pela linha de fundo.
A partida ainda teve tempo para um pedido de pênalti por parte da comissão técnica da Seleção de Paraisópolis, depois que Angélica Quero-Quero foi derrubada na grande área, mas o juiz nada marcou e o jogo seguiu. Sem forças para reagir e sentindo que a taça havia escapado, restou ao Campanário alçar bolas na área sem efetividade, até o apito final.
Para Tati, independente do resultado, ficou a lição de ter participado de um evento tão importante e que dá imensa visibilidade para o futebol feminino. “A experiência de chegar até aqui foi incrível, infelizmente não saímos com a vitória, mas faz parte do futebol e que sirva de lição tudo o que vivemos aqui hoje, inclusive a energia dessa torcida linda que veio nos prestigiar e provamos pra todos que lugar de mulher é onde ela quiser”, destacou.
Já a campeão pela Seleção de Paraisópolis, que havia falado antes da partida que este ano seria diferente, ao final do jogo reforçou a promessa. “Faltou só o meu gol, mas saímos com a vitória e o ouro é nosso, dessa vez o ouro é nosso e ninguém tira!” finalizou Angélica Quero-Quero.
Final masculina
A final masculina foi marcada por lindos dribles, ótimas defesas, gols e pela festa que as torcidas fizeram nas arquibancadas. Direto de Campinas, 18 ônibus repletos de torcedores vieram à Barueri para apoiar o time do São Bernardo. Da mesma maneira, o espaço destinado à torcida do Jardim Ibirapuera estava completamente ocupado.
Não demorou muito e o time do interior abiu o placar com Zanotto, depois do erro defensivo da equipe do Jardim Ibirapuera. O que se viu após o gol do São Bernardo foi uma pressão enorme do time da zona sul que desperdiçou ótimas chances. Uma delas saiu dos pés de Danilinho em cobrança de falta pelo lado esquerdo do ataque, mas parou nas mãos do goleiro Otávio.
Já na segunda etapa, o time do Jardim Ibirapuera se lançou para o ataque e, depois de um belo lançamento do goleiro Felipe Araújo a bola encontrou os pés do atacante Felipe Brito que chutou na saída do goleiro, empatando o jogo em 1 x 1. A partida seguiu eletrizante e garantiu momentos de explosão das torcidas quando Michael, do São Bernardo, chutou e a bola tocou no pé da trave, e quando Felipe Alcantara, do Jardim Ibirapuera, cabeceou por cima do travessão.
Como o empate persistiu até o final da partida, a decisão da Taça das Favelas foi para os pênaltis e terminou em 4x3 para o Jardim Ibirapuera. No final das cobranças o goleiro Felipe Araújo que, além da taça de campeão também ganhou o prêmio de craque da partida, contou sobre a emoção de levantar o troféu pela primeira vez.
“É uma emoção indescritível ser craque da partida e ter defendido o último pênalti que sagrou a equipe campeã. Também foi muito trabalho em equipe e não fui só eu que o campeão, a minha equipe trabalhou a semana inteira para a gente estar aqui hoje e conseguir fazer o melhor dentro de campo, e agora é só comemorar”, finalizou o goleiro.