Na última terça-feira (25), na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), o vereador Eder Borges (PP) proferiu diversas falas racistas e preconceituosas que criminalizam o movimento hip hop. “É uma péssima influência para os nossos jovens e tem uma história ligada à bandidagem”, disse o parlamentar. As declarações foram feitas durante a votação da proposta de reconhecimento do hip hop como patrimônio imaterial do Paraná.
Em outro trecho, ele ainda comentou que o gênero não representa a cultura negra, e que “exalta a pobreza e faz apologia ao crime”. “É íntima a ligação do hip hop e o crime, trabalhar que é bom, nada. Hip hop é coisa de detento”, concluiu a fala. Em tom elitista, o vereador também disse que o rap não é música, votando contra a proposta apresentada.
A vereadora Giorgia Prates – Mandata Preta (PT) criticou essas falas, e contextualizou a importância do hip hop como um movimento cultural que representa as periferias.
“Sua fala é racista quando diz que o hip hop é coisa de detento”, rebateu. “Só pode dizer isso quem realmente nunca pisou numa periferia. Então, sim, olhar para o hip hop hoje é olhar para a periferia”, acrescentou ela.
Giorgia assina o requerimento com os vereadores Alexandre Leprevost (Solidariedade), Angelo Vanhoni (PT), Dalton Borba (PDT), Maria Leticia (PV), Pier Petruzziello (PP), Professor Euler (MDB), Professora Josete (PT) e Serginho do Posto (União).
“Reconhecer o hip hop como patrimônio imaterial é reconhecer a riqueza e a diversidade da cultura popular e periférica. O racismo ainda se perpetua na discriminação da cultura preta, da música preta e do povo preto, é por isso que a luta antirracista se faz todos os dias”, consta em publicação no Instagram da vereadora.