Eleições em São Paulo: Acompanhe em tempo real o debate promovido pelo Terra
Debate desta quarta-feira, 14, foi transmitido pelas plataformas do Terra, em parceria com Estadão e FAAP
Quem ganhou o debate à Prefeitura de São Paulo? Veja análise
Seis candidatos à Prefeitura de São Paulo participaram nesta quarta-feira, 14, de um debate promovido pelo Estadão, pelo portal Terra e pela FAAP. Em meio a algumas propostas colocadas nos blocos temáticos propostos pela organização, houve embates mais ásperos, discussões e até xingamentos. Mas, afinal, com cada candidato tentando colocar sua estratégia em prática, quem venceu o debate, o segundo entre os postulantes nessa disputa eleitoral? Clique aqui para ler a análise completa.
Marina Helena protesta contra Ministro Alexandre de Moraes
A candidata Marina Helena, do partido Novo, fez um protesto após o fim do debate, em que pediu o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Ela segurou uma camiseta preta, com os dizeres: "Impeachment de Alexandre de Moraes já".
A manifestação da candidata acontece após reportagem da Folha de S. Paulo, publicada na terça-feira, 13, que diz que o gabinete de Moraes teria ordenado, por meio de mensagens e de forma não oficial, que a Justiça Eleitoral produzisse relatórios que embasassem decisões do ministro no inquérito das fake news no STF.
'PT Kids' e 'Padre Kelmon da eleição': veja as principais frases dos candidatos à Prefeitura de SP em debate
Na corrida eleitoral pela Prefeitura de São Paulo, os candidatos Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Marina Helena (Novo), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB) participaram nesta quarta-feira, 14, do debate promovido pelo Terra em parceria com o Estadão e a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP). Veja as frases mais marcantes do debate.
Tabata fala sobre acabar com a “farra” das licitações na prefeitura de SP: ‘Vou passar um pente-fino’
Candidata à Prefeitura de São Paulo pelo PSB, a deputada federal Tabata Amaral afirmou que caso seja eleita irá acabar com a farra das licitações que tem possibilitado a formação de cartel de empresas parceiras da gestão municipal, que tem como prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB). A fala ocorreu logo após o debate. Leia mais.
Alunos da FAAP tratam Pablo Marçal como 'popstar' e fazem cerco para pedir selfie
Logo após o encerramento do evento, que foi protagonizado por troca de farpas, dedo na cara e até tapa em carteira de trabalho, Pablo Marçal foi altamente tietado por alunos da FAAP. Os jovens já circulavam pelo evento e aproveitaram a deixa para fazer um cerco e tentar um registro com o candidato, que atendeu muitos. Leia mais.
Membro da organização acusa equipe de Pablo Marçal de agressão
Na tentativa de deixar o local, o comboio de Marçal acabou arranjando briga com uma produtora do evento. Em conversa com o Terra, a mulher, que terá sua identidade preservada, explicou que a equipe de Marçal tentou passar por uma via proibida. Ao alertá-lo, ela alega que foi empurrada por um de seus assessores.
O debate terminou por volta das 13h, mas nem por isso os ânimos ficaram mais calmos. Uma menina da organização da FAAP relatou que foi empurrada por um membro da campanha de Marçal.
— Terra (@Terra) August 14, 2024
Ao Terra, ela disse que o candidato tentou passar por um lugar que não podia, e tentou usar a… pic.twitter.com/bmnAbLasGu
Pablo Marçal fica em silêncio durante considerações finais
O candidato pelo PRTB à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, decidiu ficar em silêncio durante as considerações finais do debate do Terra, Estadão e FAAP. Durante o tempo de silêncio, pessoas na plateia o chamaram de "palhaço", enquanto outro riram.
Os demais candidatos aproveitaram a oportunidade para pedir que o público conheça as propostas pelas redes sociais, e agradeceram a oportunidade de participar do debate.
Tabata Amaral e Datena se enfrentam em embate
Tabata Amaral e José Luiz Datena falaram sobre projetos de investimento em creches de São Paulo e segurança das crianças. Tabata aproveitou a oportunidade para perguntar a Datena sobre projetos voltados para famílias com crianças autistas e mães atípicas. Datena mencionou um projeto do qual fez parte com o ex-prefeito de São Paulo Bruno Covas.
Depois, Datena aproveitou a oportunidade para voltar na questão de facções criminosas em São Paulo. "Só eu falei PCC aqui. Ninguém mais teve coragem", disse.
Tabata concordou com Datena e completou: "Não é só falando alto que se combate o crime". Sobre Pablo Marçal, ela comentou: "O principal aliado dele confessou em áudio que é ligado ao PCC. A gente viu uma foto do Marçal se encontrando em Paraisópolis com um chefe do PCC. Pesquisem a condenação dele por homicídio", disse.
Boulos tem direito de resposta a Pablo Marçal concedido
Guilherme Boulos teve o direito de resposta concedido com relação à fala de Pablo Marçal. "São Paulo vai ter que escolher como lidar com um irresponsável", disse. O candidato falou sobre as acusações “baixas e levianas” e mencionou que “a gente precisa de um prefeito, não de um babaca de internet”.
Pablo Marçal e Marina Helena trocam elogios
Pablo Marçal mencionou projetos para as favelas de São Paulo, que quer transformar em "centros olímpicos". Marina Helena criticou os atuais contratos da prefeitura de São Paulo, dizendo que irá revisar todos os contratos, se eleita.
"Aqui em São Paulo está cheio de contrato que não funciona. No meu primeiro dia vou revisar todos os contratos. Não adianta, sem liderança, naõ tem nada que possa ser bem feito. Não dá mais para fazer política com o dinheiro sofrido do seu bolso", disse Marina.
Pablo elogiou a adversária, chamando-a de "inteligente e bem-intencionada". Ele perguntou o que ela fará para "ganhar o povo".
"Eu gosto de dar o ecemplo do governador de Minas Gerais, Romeu Zema. Ele apareceu nos debates, as pessoas gostaram do que viram, e a avaliação foi tão boa, que ele foi reeleito no primeiro turno. Então eu peço, eu sei que o que eu faço aqui é Davi contra Golias, mas Davi já ganhou uma vez", disse ela.
Marçal continuou: "A gente vai ter que correr o risco de colocar alguem que não é da política, para salvar isso aqui. Isso aqui é um joguinho de cartas marcadas. O sistema está redesenhando tudo para não deixar ninguém de fora entrar. Isso aqui tudo é um teatro armado. Nós vamos amargar com gente que não entende de São Paulo".
O candidato continuou pedindo que o público fizesse o 'M'. Marina rebateu: "Já que vocês vão 'fazer o M', façam o 'M' de Marina", disse.
Quinto bloco: Boulos e Nunes falam sobre saúde pública e trocam acusações
Guilherme Boulos alfinetou o atual prefeito, Ricardo Nunes, sobre a falta de investimento na saúde pública. Ricardo Nunes falou sobre inaugurações de novas clínicas e postos de atendimento de saúde em São Paulo, além da queda nos números de gravidez na adolescência.
"Todo mundo gostaria de morar no discurso do Ricardo Nunes, mas a realidade é outra", criticou Boulos.
Na rodada de perguntas entre candidatos, Boulos questionou Nunes sobre se ele concorda com declarações polêmicas do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nunes desviou da resposta e "Você pode falar da sua relação com Maduro, com Janones. Não somos comentaristas políticos, somos candidatos à prefeitura de São Paulo", rebateu.
"A Venezuela não é meu modelo de democracia. A Venezuela está há mais de 4 mil km de distancia de São Paulo". Ele continuou dizendo que Paraisópolis está mais próximas e ainda aguarda uma unidade de saúde, que teria sido prometida pelo atual prefeito. Os dois seguiram trocando farpas ao longo da rodada de perguntas.
Datena e Marina Helena falam sobre 'cracolândia'
Marina Helena começou falando sobre "tolerância zero" para drogas e crime organizado. Ela também mencionou suas preocupações com a cracolândia. "A gente sabe que a rua não é local digno para ninguém. A gente precisa rapidamente acolher essas pessoas para evitar que a cracolândia fique muito maior do que é hoje", disse a candidata do Novo.
Apesar de concordar com a internação compulsória de dependentes químicos em alguns casos, Datena ainda aproveitou para chamar as propostas citadas por sua adversária de nazistas.
"Tomar posições nazistas ou semi-nazistas ou parecidas com nazismo e colocar esses dependentes isolados, em locais com grades, me lembra os campos concentração que nós tínhamos aí na Alemanha".
"Traficante tem que ser metido na cadeia, cortar o fluxo da droga, do crime organizado, com a utilização até de Polícia Federal. Para matar o bicho, tem que cortar o fluxo de sangue para o coração dele. O traficante tem que ser tratado com rigor, colocado no fundo da cadeia, joga a chave fora. E o dependente químico tem que ser tratado de acordo com as leis humanitárias. Quem não tiver condição de discernir se quer deixar a droga tem que ser internado compulsoriamente", disse Datena.
Nunes e Marçal debatem segurança pública
Ricardo Nunes e Pablo Marçal discutiram sobre papel da prefeitura de São Paulo em garantir a segurança na capital paulista. Marçal atacou o perfil do candidato à reeleição, dizendo que ele tem "perfil de vereador", e ainda usou seu tempo para atacar outros candidatos.
Nunes ganhou um novo direito de resposta, de 30 segundos, e disse ter propostas concreta, e que a cidade não é "um Play Center". Ele ainda afirmou que já 'colocou para fora' mais de cinco policiais civis após cometerem irregularidade na GCM. Assista:
Pablo Marçal vira de costas durante fala de Boulos
Clima é de tensão nos bastidores
E se no púlpito os ânimos estão exaltados, não é diferente nos bastidores, com os representantes das campanhas.
— Terra (@Terra) August 14, 2024
O clima é de tensão a todo momento: assessores e membros das equipes dos candidatos já se desentenderam por causa de lugares no auditório e acesso ao palco. pic.twitter.com/dBHJwXahna
Quarto bloco: Tabata Amaral e Guilherme Boulos falam sobre segurança pública
O assunto do quarto bloco do debate, discutido por Tabata Amaral e Guilherme Boulos, foi a segurança pública.
Tabata abordou a questão da segurança da mulher, e também questionou custeio do plano de governo de Boulos, perguntando se ele pretende aumentar os impostos para subsidiar as medidas relacionadas à segurança pública.
"Eu venho analisando o plano de governo de cada candidato. E, maluquices à parte, como ‘bondinho voador’ [proposta de Marçal], me chamou a atenção uma coisa em seu plano, Boulos, que é um plano caro. São muitas promessas e promessas muito caras, especialmente na área de segurança. Você vai tirar dinheiro de outras áreas para cumprir seu plano ou vai aumentar os impostos”, perguntou Tabata.
O candidato negou que irá aumentar impostos. "Eu não vou aumentar os impostos, Tabata. São Paulo hoje tem o maior orçamento em termos reais da história (R$ 112 bilhões) e vai chegar a R$ 119 bilhões pela LDO do ano que vem. Nosso plano de governo cabe no orçamento", garantiu. Assista abaixo.
Ricardo Nunes tem pedido de direito de resposta concedido
O candidato à reeleição teve o direito de reposta concedido para responder Tabata Amaral após o embate. "Você é muito brava aqui, mas para falar da Americanas, que é seu financiador e prejudicou milhares de trabalhadores, você não se posicionou", disse Nunes.
'Rouba, mas não faz', diz Tabata sobre Ricardo Nunes
Questionados pela jornalista Luciana Pioto, do Terra, os candidatos Ricardo Nunes e Tabata Amaral falaram sobre um empréstimo de R$ 5 bilhões para aumentar a frota de ônibus e fazer a cidade ser mais sustentável na mobilidade.
Ricardo Nunes: "Temos R$ 6 bilhões aprovados para fazer a redistribuição da frota. Mudando os ônibus, a gente vai melhorar a questão do meio ambiente, melhora a qualidade do ar e ter uma questão da saúde financeira nesse processo".
Tabata Amaral: "O que eu farei é combater a corrupção, com planejamento, entregar o que o prefeito Ricardo Nunes não teve a capacidade de fazer. A gente não tem infraestrutura de energia elétrica para eletrificar nossa frota de ônibus, então vou trabalhar com o governo do Estado, com o governo federal, com as agências reguladoras, para que em 2028, quando a gente for rever o contrato com a Enel, a gente possa fazer o melhor pela cidade", disse.
A candidata criticou a gestão de Nunes por contratos sem licitação e obras inacabadas. "O que a gente vê é um prefeito que é recordista em obras sem licitação. São quase cinco bilhões de reais. Obras sem planejamento, com denúncia de superfaturamento".
Nunes rebateu as acusações, defendendo a transparência e os investimentos recordes na cidade. "Tabata, não cometa esse tipo de leviandade. É ruim pra você, é muito ruim, é feio. O que a gente tem é recorde de investimentos. Esse ano teremos 18 bilhões de investimentos em São Paulo."
Tabata continuou a crítica, sugerindo que a gestão de Nunes adote o slogan “rouba e não faz”, acusando-o de não entregar o que promete e de estar envolvido em corrupção. "O que você acha de adotar o seguinte slogan? Rouba e não faz", propôs ela.
Marina Helena acusa Guilherme Boulos de associação com facção
Os dois candidatos falaram sobre projetos para o enfrentamento de evento climáticos. Ao final da rodada, os dois trocaram farpas.
Boulos falou sobre trabalhar a lógica de cidades-esponja, para ter mais áreas permeáveis pra fazer absorção da água das chuvas, e evitar enchentes na cidade.
Marina usou o seu tempo de fala para perguntar a Boulos sobre a ligação do Primeiro Comando da Capital (PCC) com os transportes da cidade.
Boulos rebateu dizendo que a acusação não é feita por ele, mas pelo Gaeco, do Ministério Público, e pela Polícia Civil e lembrou as operações realizadas pelos órgãos.
"Talvez você tenha me confundido com outro candidato, que esse sim tem o presidente do seu partido como confesso ligado ao tráfico de drogas e agora um assessor condenado e preso por sequestro", afirmou Boulos, sem citar nomes.
Terceiro bloco: Pablo Marçal e Datena falam sobre planejamento urbano
Pablo Marçal e José Luiz Datena falam sobre o planejamento urbano de São Paulo durante o terceiro bloco do debate. A primeira pergunta, feita pela mediadora Roseann Kennedy, foi sobre se os candidatos pretendem expandir a Tarifa Zero nos ônibus municipais e como pagar essa conta.