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Renata Alves liga Luxemburgo a Eurico Miranda
Renata conversa com o presidente
da CPI do Futebol, Álvaro Dias
(Agência Estado)

Quinta, 09 de novembro de 2000, 13h38min
Atualizada às 19h15
A estudante de direito Renata Alves, entregou hoje ao relator da CPI do Futebol, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), uma agenda contendo todos os nomes relacionados às acusações feitas contra o ex-técnico da seleção brasileira Wanderley Luxemburgo. Em depoimento, ela disse que o deputado Eurico Miranda (PPB-RJ), da CPI da Nike, da Câmara, participava de um esquema, junto com o treinador e empresários, doleiros e dirigentes da CBF para negociar jogadores e acertar o envio de dinheiro ao exterior.

Renata disse que os encontros eram sigilosos e ocorriam nas noites de quarta e sexta-feiras numa casa conhecida como "embaixada", na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. "Ele (Luxemburgo) sempre saía com uma mala cheia de dólares", garantiu. Ela afirmou ainda que o treinador possui uma conta nas Ilhas Cayman.

A ex-secretária de Luxemburgo disse aos senadores que os empresários de futebol Juan Figger, Gilmar Rinaldi, Marcel Figger, Luís Viana e Valdir Assadi participaram das reuniões na "embaixada". Ela pediu para informar apenas sigilosamente os nomes dos funcionários da CBF que foram aos encontros.

Segundo Renata, os doleiros pagavam alí mesmo os acertos de compra e venda de jogadores combinados com Luxemburgo, que na época - entre 1993 e 1996 - era técnico do Palmeiras. Ela disse na sessão secreta que os jogadores Mancuso, Macula e Amaral teriam sido negociados nesses esquema.

No depoimento secreto, a ex-secretária contou que nessas reuniões também eram "arranjados" os resultados de jogos realizados dali a poucos dias. A depoente disse não se lembrar de ter visto árbitros participando dessas reuniões. Esses encontros, conforme informou, se estendiam madrugada adentro, muitas vezes animados por jogos de cartas.

A ex-secretaria disse que Luxemburgo saía da embaixada levando os dólares na pasta 007 que ficava guardada no seu apartamento. "No máximo 10 dias depois, ele passava lá para pegar a mala dele", informou. "Às vezes eu atendia o celular dele e eram empresários dizendo que o depósito já estava lá fora", contou.

Mais denúncias a Wanderley Luxemburgo
Ela afirmou ainda que várias vezes o ex-técnico da seleção simulou empréstimos junto ao Bradesco para escapar de uma possível investigação da Receita Federal. Segundo a secretária, Wanderley Luxemburgo fazia remessa ilegal de dólares para o exterior "de 15 em 15 dias".

Segundo ela, o dinheiro seria depositado no paraíso fiscal das Ilhas Cayman, onde o técnico mantinha uma conta bancária. "Ele dizia que era muito rico, muito poderoso e que no futuro iria morar na Europa", afirmou. O presidente da CPI, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), considerou "contundentes" os termos do depoimento.

"Há acusações tão graves que não podemos fazer nenhum tipo de julgamento antes de ouvir a outra parte", declarou.

Os senadores aprovaram vários requerimentos de quebra de sigilo bancário, telefônico e fiscal. Um deles pede ao Banco Central informações sobre contas de Wanderley Luxemburgo e da empresa Traffic, no período de 1993 até outubro último. Os demais requerimentos estão relacionados ao nome de pessoas citada por Renata na parte sigilosa de suas declarações.

Renata Alves disse que muitas vezes viu Luxemburgo se queixando por ter de escalar jogadores do Palmeiras contra a sua vontade. "Ele sempre teve problemas na escalação do Palmeiras", afirmou. Outra informação da ex-secretária, é que cinco contadores da Parmalat se encarregariam de acertar as contas de Luxemburgo, de sua mãe e de sua mulher com a Receita Federal, inclusive regularizando os bens que ela arrematava em leilão.

Vaidoso - Renata traçou na CPI um perfil extremamente negativo de seu ex-patrão. Segundo ela, Wanderley Luxemburgo peca por vaidade e pelo prazer em exibir suas posses, além de ter compulsão por comprar, "podendo ser um cinzeiro ou um apartamento na Sernambetiba". "Ele mesmo dizia que era muito esperto", constatou. A ex-secretária disse que nunca conseguiu entender o relacionamento que o técnico vinha mantendo ultimamente com o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, contra quem ele já havia se manifestado várias vezes.

"Wanderley não nutria grande afeto pelo Ricardo Teixeira, não" declarou. "Ele dizia que a CBF era uma máfia e que por causa disso jamais iria dirigir a seleção".

De acordo com a depoente, Wanderley Luxemburgo recebia "vantagens financeiras" por tudo o que fazia, "desde o boné que usasse até o cópo d'água que tomasse". O técnico, segundo ela, tinha passe livre no aeroporto internacional do Rio de Janeiro, onde transitava "por dentro, sem ter de passar pela inspeção da bagagem".

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Entenda as CPIs do Futebol
Agência Estado

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