Dois assessores da CPI do Futebol estiveram na Barra da Tijuca hoje, acompanhados pela estudante de Direito Renata Carla Moura Alves, para confirmar a existência da "embaixada". Em depoimento no Senado, a estudante afirmou que eram realizados no local acertos para a negociação de jogadores entre empresários e o ex-técnico da seleção, Wanderley Luxemburgo. Até agora, no entanto, Renata não tinha confirmado o endereço e foi preciso fazer um reconhecimento de campo.Sem a confirmação de que a "embaixada" existia, o depoimento de Renata não teria validade. Um dos assessores da CPI, que se identificou como Luciano, informou que também foram feitos o levantamento do histórico do imóvel em vários cartórios cariocas. Acompanhado de outro assessor da CPI - conhecido como Marcopolo -, Luciano contou com a escolta de dois policiais federais, enquanto estiveram no Rio.
A volta para Brasília está prevista para esta sexta-feira à tarde e, ao contrário do que estava sendo especulado, eles não irão à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) apreender documentos. "Após a negativa do Supremo Tribunal Federal em nos conceder um mandato, optamos por esperar os vencimentos dos ofícios enviados requerendo os papéis à CBF", afirmou Luciano.
O português Emanuel Antônio Gomes Domingues, um dos proprietário do imóvel onde estava localizada a "embaixada" até 1996, admitiu ter escutado "boatos" da presença de pessoas ligadas ao futebol no local. Ressaltou, porém, que nunca viu Luxemburgo, empresário ou jogadores.
"Emprestava o imóvel, na época uma mansão, para amigos. Não sabia quem frequentava lá. Se me convocarem vou à CPI, porque não devo nada a ninguém." Renata, que estava com o seu advogado Marcos Citrangulo, reafirmou suas acusações contra Luxemburgo. Ainda prometeu que, na próxima semana, mais indícios serão divulgados, pois afirmou ser a intérprete do treinador nas negociações com empresários. "Sei de tudo porque ele não sabe falar inglês. Apesar de negociar com empresários, só sabia do nome deles porque o Wanderley me falava."
CBF - Mário Rosas, assessor especial da CBF, afirmou, hoje, que a entidade continua reunindo documentos para remetê-los ao Congresso. De acordo com Rosas, um caminhão deverá ser alugado para levá-los a Brasília por causa do grande volume de papéis a ser enviado.
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