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CPI da Nike divide a investigação em quatro

Quarta, 29 de novembro de 2000, 18h40min
Os deputados que integram a CPI da Nike decidiram dividir os trabalhos de investigação em quatro subcomissões. Uma delas vai cuidar das denúncias de que atletas brasileiros são transferidos para o exterior com passaportes falsos. Os deputados Pedro Celso (PT-DF) e Jurandil Juarez (PMDB-AP) já estão na Europa investigando o caso.

A segunda frente de trabalho vai se voltar para as federações estaduais de futebol. Os deputados vão se distribuir por região para analisar as denúncias de desvios de recursos e irregularidades administrativas.

A subcomissão da legislação do futebol, o terceiro grupo de investigação da CPI, vai analisar estatutos, contratos e acordos dos clubes, federações e da CBF. "O principal produto que deve sair deste grupo serão propostas de novas leis", acredita o presidente da CPI, Aldo Rebello (PCdoB-SP).

Já o quarto grupo vai se deter nas denúncias de tráfico de jogadores adolescentes do Brasil para o exterior. "Possivelmente, ainda este ano, vamos fazer uma viagem ao Maranhão, onde investigaremos informações do dirigente do Moto Clube", revela Rebello, ao se referir ao médico Antônio José Cassas de Lima, que depôs terça-feira na CPI, informando que mais de 40 jovens maranhenses já se transferiram para o exterior e que "muitos acabam se transformando em mão de obra barata (quando não emplacam como jogador)."

Em outra decisão dos deputados, a CPI resolveu convocar o árbitro Oscar Roberto Godói, que teria dito em uma entrevista que jornalistas e radialistas ligados ao futebol estariam na folha de pagamento de alguns clubes. "O juiz precisa informar quem são esses profissionais e porque eles estão na lista de pagamento dos clubes", afirma Rebello.

Nesta quinta-feira, enquanto CPI no Senado estiver ouvindo o técnico Wanderley Luxemburgo, na Câmara estarão prestando depoimento o presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, que chefiou a delegação brasileira na Copa do Mundo de 98, e o supervisor-técnico da seleção, Américo Faria. "A primeira coisa que a CPI quer saber é sobre os critérios usados pela CBF para manter um representante da Nike nos vestiários", avisa Rebello.

Saiba mais no especial:
O futebol no Congresso

Agência Estado

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