Sexta, 01 de dezembro de 2000, 14h56min
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), presidente da CPI do Futebol, do Senado, afirmou nesta sexta-feira que a situação de Wanderley Luxemburgo ficou complicada após o depoimento da última quinta-feira. Segundo o parlamentar, o ex-técnico da seleção brasileira pode ser indiciado em quatro crimes.

"Há indícios muito graves contra Wanderley Luxemburgo. Falta apenas reunir todas as provas, já que ele não explicou nada. Existem indícios de sonegação fiscal, elisão fiscal (falta de informações), evasão de divisas e lavagem de dinheiro. São crimes muito sérios. Se forem comprovados, o Wanderley não deverá se livrar de punição. Algumas provas já existem e estamos reunindo outras. A situação ficou complexa porque ele não conseguiu explicar nada", disse Álvaro Dias, que está hoje em Foz do Iguaçu, no Paraná.

Dias garantiu que os senadores já têm provas que a mulher de Wanderley Luxemburgo tem uma conta bancária em Miami. "Já temos o número da conta e da agência. Por isso, na próxima semana será encaminhado ao Ministério Público o pedido para encaminhar à Justiça americana a solicitação para que seja comprovada a existência da conta em Miami. O Wanderley também não explicou nada sobre esta conta."

Para Álvaro Dias, o ex-técnico da Seleção Brasileira não levou a sério o depoimento na CPI do Futebol, no Senado. "O Wanderley Luxemburgo pensou que a CPI do Senado era um circo e não é. Nossos senadores são sérios e bem preparados. Temos também assessores igualmente bem preparados, que investigam e nos dão subsídios", afirmou.

O senador contestou a informação de que os senadores poderiam ter pedido a prisão de Luxemburgo em razão do depoimento da última quinta-feira.

"Não caberia ao senado determinar a prisão do Wanderley Luxemburgo. A prisão só pode pedida em casos de perjúrio ou desacato à autoridade, como aconteceu com o economista Chico Lopes. A CPI não tem prerrogativa para isso."

Álvaro Dias afirmou que na próxima semana a CPI do Futebol, no Senado, vai começar a agendar depoimentos do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, de outros diretores da entidade, além de diretores da Nike e da Traffic

"Temos agora que começar a preparar uma série de documentos, que serão encaminhados para o Ministério Público."

Os depoimentos e as investigações acontecerão até 15 de janeiro, quando o Congresso Nacional vai entrar em recesso. Os senadores e deputados ficarão um mês de férias.

"Quando reiniciarmos os trabalhos, dia 15 de fevereiro, vamos convocar os presidentes de Vasco e Flamengo, além de outros dirigentes dos dois clubes. Queremos informações sobre diversas negociações de jogadores. Vamos verificar se houve evasão de divisas", disse.

Veja como foi o depoimento de Luxemburgo e saiba mais sobre as CPIs do Futebol
L! Sportpress

Volta