A direção nacional do PSDB divulgou nota hoje garantindo que não terá candidatura própria à presidência do Senado. Foi uma resposta à articulação feita pelo presidente do Congresso, senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) que, na última quarta-feira, almoçou com o governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), para tentar costurar a candidatura do senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) à presidência do Senado, em contraponto a do peemedebista Jader Barbalho (PA)."Não cabe a A ou B fazer qualquer especulação sobre candidatura do PSDB", reagiu o presidente do partido, senador Teotônio Vilela Filho (AL). Há cerca de dez dias, o PSDB formalizou um acordo com o PMDB para apoiar a candidatura de um senador peemedebista à presidência do Senado. Em contrapartida, o PMDB comprometeu-se a apoiar a candidatura do líder do PSDB, deputado Aécio Neves (MG), à presidência da Câmara.
"A candidatura do Aécio Neves é uma decisão partidária e está atrelada à postura que o partido adotou em relação ao Senado", disse Teotônio Vilela.
ACM começou a trabalhar em uma eventual candidatura tucana à sua sucessão como uma alternativa ao nome do ex-presidente e senador José Sarney (PMDB-AP). O presidente do Senado vetou o nome de Jader Barbalho à sua sucessão e defende a candidatura de José Sarney. Mas o ex-presidente não deu, até agora, sinais claros de que está disposto a entrar na disputa. Esta é a segunda tentativa de ACM de cooptar um tucano para concorrer à presidência do Senado e enfraquecer a candidatura de Jader Barbalho. Antes de defender o nome de Lúcio Alcântara, ACM chegou a propor ao senador Arthur da Tavola (PSDB-RJ) que adiasse sua posse na secretaria de Cultura do Rio de Janeiro para disputar a presidência do Senado.
Enquanto a corrida pela presidência do Senado ganha contornos de crise, a candidatura de Aécio Neves começou a se firmar esta semana. Depois do apoio do PMDB, do PTB e do PPS, os tucanos dão como praticamente certa a adesão do PSB à candidatura de Aécio Neves. Estão tentando fechar um acordo com PSB em conversas com os governadores de Alagoas, Ronaldo Lessa, e do Amapá, João Capiberibe. O ex-governador pernambucano Miguel Arraes, que é inimigo político de Inocêncio Oliveira, também tem participado da negociações, aumentando as chances do PSB desembarcar na candidatura tucana.
Na nota divulgada hoje, o PSDB reiterou que está lançando a candidatura de Aécio Neves em cumprimento ao regimento da Câmara o qual estabelece que a presidência da Casa cabe ao maior partido. Alegou, ainda, que o mesmo princípio se aplica ao PMDB que tem o maior número de senadores. "O PSDB respeita a norma vigente para a escolha dos presidente das duas Casas do Legislativo e, anunciou, em reiteradas ocasiões, sua decisão de retribuir os apoios manifestados à candidatura de Aécio Neves. Não apresentará, portanto, uma candidatura própria à presidência do Senado Federal", afirma a nota assinada por Teotônio Vilela e o secretário-geral do PSDB, deputado Márcio Fortes (RJ).