Os deputados Pedro Celso (PT-DF) e Jurandil Juarez (PMDB-AP), da CPI do Futebol, relataram nesta quarta-feira o que apuraram em Portugal e na Itália sobre os passaportes falsos utilizados por jogadores brasileiros. Eles apontaram os cidadãos portugueses Joaquim Silva e Domingos Djalo, que já estariam sendo investigados pela Interpol de Portugal, como os principais responsáveis pelo esquema.De acordo com os parlamentares, só o Celta, da Espanha, teria contratado oito jogadores brasileiros que utilizavam passaporte falsos. Nesta quinta-feira, a comissão vai ouvir o depoimento de pessoas implicadas na denúncia, como o presidente do União São João, José Mário Pavan, e dos ex-jogadores Careca e Edmar, sócios de uma escola de formação de atletas em Campinas. Segundo os deputados, esses dois ex-jogadores estão sendo indiciados por suspeita de envolvimento com a máfia dos passaportes falsos.
Durante a viagem à Europa, os deputados tiveram a oportunidade de conversar por duas horas com o jogador Jeda, que teve o passe negociado com o Clube de Vicenza e foi flagrado com passaporte falso. Jeda contou aos deputados que recebeu o documento que o tornava cidadão português das mãos de Edmar, que intermediou, com Careca, a venda do passe do jogador.
Os parlamentares também conseguiram uma cópia do contrato de venda do passe de Jeda para o Clube de Vicenza. Nele, há uma cláusula fixando em US$ 300 mil o passe do jogador e, em seguida a informação de que esse valor poderia subir para US$ 1 milhão caso Jeda deixasse de ser um atleta extracomunitário (com cidadania de um dos países da União Européia).
O passe é valorizado nesse caso porque o jogador abriria vaga a outro estrangeiro. Os clubes europeus precisam cumprir cotas de atletas estrangeiros. Outros jogadores brasileiros também foram pegos com passaportes falsos. Entre eles, Edu (Corinthians), Warley (Grêmio) e Dida (Milan). Todos portadores de passaportes portugueses falsos.
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