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Nicolau se entrega a Polícia Federal
Nicolau passou 7 meses foragido (AE/Arquivo)

Sexta, 08 de dezembro de 2000, 20h48min
Depois de 227 dias foragido, o ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo Nicolau dos Santos Neto se entregou, segundo informações do Jornal Nacional. Ele foi levado para sede da Polícia Federal, em São Paulo, pelo delegado Roberto Precioso.

O juiz aposentado chegou a pista do Campo de Marte, uma base militar, em um avião particular vindo do Rio Grande do Sul. No local esperavam delegados e agentes da PF. Nicolau ficará preso no Centro de Custódia da PF, no bairro de Higienópolis, na Zona Oeste da capital paulista. Ele ficará em uma cela especial, com mais quatro presos.

Segundo o ministro da Justiça, José Gregory, em entrevista coletiva agora a noite, a apresentação do foragido mais procurado do país foi incondicional e não resultou de qualquer acordo, mas do cerco eficiente da Polícia. Esta declaração desmente os rumores levantados na última semana de que a PF estaria negociando a rendição do juiz.

Gregory disse ainda que Nicolau se entregou em uma estrada entre Bagé, na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai, e Dom Pedrito. A prisão se dá depois que o advogado Zacarias Toron, procurou o ministro, há mais ou menos 20 dias, dizendo que o juiz queria se entregar, mas tinha medo de retalizções. Durante a entrevista o ministro disse que o juiz não terá qualquer regalia durante sua prisão, apenas terá seus direitos constitucionais respeitados.

Com a prisão decretada pela Justiça por envolvimento no escândalo da construção da sede do TRT, Nicolau frustrou, durante sete meses, todas as tentativas da Polícia Federal de prendê-lo. De acordo com fontes da Polícia Federal nas últimas semanas o juiz teria feito várias exigências para se entregar. Sua maior preocupação era não ser algemado. Ele temia ser submetido a "execração pública" no caso de ser preso. Amigos garantem que o cuidade e a vontade de se entregar vêm de sua dedicação as filhas, Maria Inês, Maria Virgínia e Maria Cristina, que estavam sendo vigiadas pela PF. Sem pistas e desmoralizados pela impossibilidade de prender Nicolau, os policiais federais passaram a seguir as três, dando origem a situações constrangedoras.

Nicolau teve a prisão preventiva decretada no dia 25 de abril pelo juiz Casem Mazloum, da 1ª Vara Criminal Federal de São Paulo, que se baseou nas denúncias de crime de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Um mês depois, o mesmo juiz decretou nova prisão preventiva, dessa vez baseado em denúncias de estelionato, corrupção ativa e formação de quadrilha. Todas as denúncias estão ligadas ao escândalo do TRT. Enquanto esteve foragido, o ex-juiz também foi alvo de um escândalo político: a demúncia de que era ligado ao ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge. Uma investigação sobre o caso começou a ser feita pelo Senado, mas está paralisada.

Desde a decretação da prisão, a Polícia Federal fez operações de captura nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Também foram investigadas pistas de que ele poderia estar no Uruguai, na Dinamarca ou na Holanda. Nada surtiu efeito. Com muito dinheiro e um esquema de proteção de antigos militares – com quem fez amizade durante a ditadura –, o ex-juiz nunca foi localizado até decidir se entregar.





Entenda o escândalo do TRT-SP
A construção do novo prédio do Fórum Trabalhista de São Paulo, sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), começou em 1992, com um custo estimado de R$ 100 milhões. Seis anos depois, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou a paralisação da obra. O motivo: já tinham sido gastos R$ 263 milhões, e o prédio ainda estava longe de ficar pronto.


No ano passado, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Judiciário começou a investigar denúncias de superfaturamento na obra. No relatório final, a CPI concluiu que dos R$ 263 milhões destinados à construção do TRT-SP, R$ 169 milhões foram desviados.

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Redação Terra

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