As rebeliões que acontecem hoje em todo o Estado de São Paulo são organizadas, principalmente, pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), quadrilha que atua dentro das penitenciárias. Os motins são uma demonstração de força do PCC, que teve cinco de seus principais líderes transferidos do Carandiru na última sexta-feira.Durante a operação "pente-fino" no Carandiru que aconteceu durante a transferência dos líderes do PCC, foram encontrados 650 facas, 41 telefones celulares, 10 cartuchos de calibre 38, 1 quilo de maconha, 551 pedras de crack e R$ 2.010,00 em dinheiro.
Somente esta semana, seis pessoas foram assassinadas na Casa de Detenção do Carandiru, cinco delas por ordem da cúpula do PCC. Três homens foram mortos no Pavilhão 9 como vingança, pois eram suspeitos de terem delatado um túnel que seria usado para fuga. Dois outros foram assassinados por motivos ligados ao tráfico de drogas e mais um preso foi encontrado enforcado no Pavilhão 6, mas ainda não se sabe se foi suicídio ou assassinato.
O PCC foi criado em Taubaté, em 1993, e teria cerca de 1,5 mil membros, os chamados "batizados". A quadrilha seria um braço do Terceiro Comando (facção carioca ligada ao Comando Vermelho) em São Paulo. As principais atividades do grupo, dono de uma extensa rede de comunicaçào entre os presídios, sempre dentro das penitenciárias, são o tráfico de drogas e extorsão de outros presos e parentes. Existem ainda mais quatro facções criminosas que atuam dentro das cadeias paulistas, sendo a maior delas o Comando Democrático da Liberdade.