Os presos rebelados no Carandiru montaram uma barricada e atearam fogos em colchões para evitar que a Tropa de Choque da Polícia Militar invada o Pavilhão 9, onde ficam os presos mais perigosos do complexo. Ao mesmo tempo, alguns presos agitam panos brancos, aparentemente dizendo que estão se rendendo. Há informações de que pelo menos uma pessoa morreu. Dois funcionários, dois reféns e dois presos já foram retirados feridos de dentro de um dos pavilhões.Mais de dez tiros foram ouvidos no interior do complexo penitenciário do Carandiru e os soldados da Tropa de Choque já invadem alguns dos pavilhões, onde estão os presos rebelados. Os tiros foram disparados por soldados que estão nas guaritas do presídio.
Três viaturas do Corpo de Bombeiros estão no local. Mais de 200 soldados da Tropa de Choque estão no Complexo Penitenciário do Carandiru, onde acontece rebelião desde perto das 13h, com cerca de sete mil reféns, entre eles a cantora Simony. Dez mil presos estão rebelados e, de acordo com a polícia, há 1.750 crianças mantidas como reféns.
Familiares que estão do lado de fora do presídio, ao verem a entrada dos policiais, começaram a gritar "assassinos, assassinos" e a jogar frutas e pedaços de madeira contra os oficiais da cavalaria que fazem a guarda da parte externa do presídio. Duas bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas para conter os familiares e duas viaturas da Rota foram chamadas para garantir a segurança do exterior do presídio.
As 18 rebeliões confirmadas pela polícia que acontecem hoje em todo o Estado de São Paulo são organizadas pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), quadrilha que atua dentro das penitenciárias. Os motins são uma demonstração de força do PCC, que teve cinco de seus principais líderes transferidos do Carandiru na última sexta-feira. Os líderes que teriam organizado as rebeliões seriam, de acordo com a PM, Jonas, Macarrão, Frederico, Bolete e Airton (o Sombra).
Massacre em 1992 - Há quase nove anos, a Tropa de Choque da Polícia Militar invadiu o Carandiru para acabar com uma rebelião no Pavilhão 9. A invasão resultou na morte de 111 detentos, o que gerou críticas de entidades de direitos humanos contra o excesso de violência dos policiais.
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