Atualizado às 20h51A Tropa de Choque da Polícia Militar de São Paulo já ocupou quase todo o Complexo do Carandirú, na zona norte de São Paulo, onde mais de oito mil presos se rebelaram e fizeram mais de sete mil reféns. O primeiro pavilhão ocupado pela polícia foi o do hospital, onde 40 reféns foram libertados. Por volta das 20h, quatro diretores do presídio se reuniam com oito representantes dos presos para negociar um fim pacífico para a rebelião.
De acordo com informações da polícia, há pelo menos três mortos e três feridos até agora no Carandiru. O pronto-socorro do Santana informou que um agente penitenciário foi atendido com fratura exposta na perna e um preso com um tiro na cabeça. O hospital Mandaqui confirma outro ferido em estado grave.
Das 19 rebeliões que acontecem hoje em todo o Estado de São Paulo, pelo menos dez já estão controladas. O responsável pelas rebeliões é o Primeiro Comando da Capital (PCC), quadrilha que atua dentro das penitenciárias. Os motins são uma demonstração de força do PCC, que teve cinco de seus principais líderes transferidos do Carandiru na última sexta-feira.
Os organizadores das rebeliões seriam, de acordo com a PM, Jonas, Macarrão, Frederico, Bolete e Airton (o Sombra). O governo de São Paulo afirma que não foram registradas fugas desde o início das rebeliões.
Massacre em 1992 - Há quase nove anos, a Tropa de Choque da Polícia Militar invadiu o Carandiru para acabar com uma rebelião no Pavilhão 9. A invasão resultou na morte de 111 detentos, o que gerou críticas de entidades de direitos humanos contra o excesso de violência dos policiais.
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