O clima de tensão vivido durante toda a tarde pelos mais de 800 familiares que acompanham do lado de fora a rebelião no Carandiru levou a diversos confrontos com a polícia e, por vezes, entre os próprios familiares. Uma mulher quase foi vítima de linchamento depois de se desentender com outros parentes de detentos.Logo que as primeiras notícias de uma rebelião generalizada no Complexo do Carandiru foram divulgadas, os parentes de detentos começaram a se reunir na porta do presídio com cartazes pedindo paz e gritando "assassinos" para os policiais que faziam a segurança do lado da fora da detenção. Bombas de gás lacrimogêneo foram usadas pela polícia para controlar a população.
Por volta das 17h25, a Tropa de Choque começou a tomar posições para invadir o complexo. Ao verem a movimentação, os familiares começaram a jogar frutas, garrafas, pedaços de madeira e pedras nos policiais.
O comerciante Ronaldo Duarte, que tem um parente no presídio, disse que a falta de informação é o que mais incomoda. "O pior de tudo é ficar sem informação" afirmou. Ele teme ainda que o massacre de 1992 volte a se repetir. "O meu maior medo, é que se repita o que aconteceu em 92", concluiu.
Celulares - Alguns dos parentes se comunicaram com detentos no interior do presídio, usando celulares. De acordo com estas pessoas, a tensão no presídio aumentou quando chegaram as notícias que a Tropa de Choque estava invadindo o local.
Leia mais:
» Dezenove presídios se rebelam em São Paulo
» Rebeliões no Estado de São Paulo são lideradas pelo PCC
» Oito mil presos do Carandiru fazem mais de 7 mil reféns
» Leia todas as notícias sobre as rebeliões