Uma comissão de 80 mulheres e mães dos presidiários vai permanecer dentro da Casa de Detenção do Complexo Carandiru, em São Paulo, para aguardar o fim da rebelião. Segundo o deputado estadual Ivan Valente (PT), da Comissão de Parlamentares, que participa das negociações, o clima dentro do presídio é tranqüilo e a maior parte das famílias já foi liberada. Apenas os homens continuam dentro da Casa de Detenção, pois a revista masculina é mais rigorosa, já que a Polícia Militar teme que os presidiários se misturem aos familiares e consigam sair.
Valente disse ainda que a Comissão de Parlamentares está esperando uma garantia do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, de que a Tropa de Choque não fará a revista nos presidiários. A proposta é que a revista seja feita pelos agentes penitenciários e que a tropa atue apenas como apoio. "Queremos resolver isto o mais rápido possível, principalmente, porque o clima aqui fora pode acabar interferindo nas negociações", disse o deputado. Há pouco, as famílias dos detentos, que aguardam o fim da rebelião, em frente à Casa de Detenção enfrentaram os policiais, jogando garrafas e pedaços de pau, mas, a situação já está controlada.
Suplicy - Do lado de fora, parentes dos presos promoveram uma correria e atiraram pedras nos policiais que fazem um cordão de isolamento. O senador Eduardo Suplicy (PT) entrou no presídio e afirmou que pretende acalmar as famílias dos detentos e acompanhar a ação da Tropa de Choque no presídio, a fim de resguardar a integridade física dos presos.
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