Marcelo Favalli/Redação Terra
O Promotor de Justiça de São Paulo, Carlos Cardoso, disse que as ações de facções criminosas dentro dos presídios do Estado devem ser investigadas. Cardoso é um dos promotores que, em 1992, acusou o coronel da PM Ubiratan Guimarães de ter chefiado as tropas de choque no Massacre do Carandiru, que resultou em 111 mortes e é assessor de direitos humanos do Ministério Público.
O promotor disse que serão destacados promotores para investigarem cada um dos presídios. Não está descartada nenhuma hipótese para explicar como os detentos conseguem armas e celulares. Para Cardoso, familiares, funcionários das penitenciárias e até advogados dos detentos são suspeitos. "As investigações daqui para frente serão centradas nas ações do PCC" afirmou. Mais de 600 facas foram encontradas nos presídios rebelados.
Cardoso quer investigar também a ação dos policiais na invasão do Carandiru, pois, segundo o promotor, existem imagens da televisão que mostram "policiais atirando em detentos desarmados".
Falha - O presidente dos direitos humanos da Câmara dos deputados de Brasília, deputado federal Marcos Rolim, do PT gaúcho afirmou que existe uma falha no regimento interno dos presídios de São Paulo. Segundo ele, o regimento proíbe a eleição de líderes em casos de rebelião o que dificulta as negociações entre as autoridades e detentos rebelados.