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Polícia interrompe vistoria em pavilhões do Carandiru

Segunda, 19 de fevereiro de 2001, 13h55
Atualizado às 17h55

Agentes penitenciários interromperam por volta das 17h a revista nos pavilhões do Carandiru, onde aconteceu, desde domingo, uma rebelião liderada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo o deputado estadual do PT, Wagner Lino, os agentes penitenciários estavam cansados física e psicologicamente para prosseguir com a vistoria, que começará de novo amanhã.

A segurança do presídio está sendo feita por dois grupos do Batalhão de Choque. Os reféns, que ao todo somavam cerca de sete mil pessoas, foram todos libertados. Dois pavilhões serão vistoriados por vez.

Após a inspeção, um grupo composto por deputados da Comissão dos Direitos Humanos e o senador Eduardo Suplicy (PT) vai entrar no presídio, a fim de checar se não houve abusos por parte dos policiais. Mulheres e mães de presidiários foram autorizadas a acompanhar a comissão. Por ordem do governador em exercício, Geraldo Alckmin, os parlamentares presentes não poderão entrar nos pavilhões durante a revista.

CPI - O deputado federal Renato Simões (PT-SP), que estava acompanhando in loco o andamento da rebelião no complexo do Carandiru, disparou críticas ao governo estadual e conclamou uma CPI do do sistema penitenciário. Simões defende a criação de penas alternativas e maior investimento no treinamento de agentes carcerários. Segundo ele o sistema atual é um "escândalo".

O deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ), que esteve hoje presente no Carandiru, também defende penas alternativas aos presos. Para ele, a série de rebeliões que tomaram o estado ontem "é a expressão de uma crise muita grande, que ocorre no sistema penitenciário brasileiro".

Também estiveram no Carandiru os deputados federais Luís Eduardo Grennhalg (PT) e Ivan Valente (PT), além dos estaduais Wagner Lino (PT) e Emídio Souza (PT).

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Redação Terra

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