Indagados pelo senador Jeferson Peres (PDT-AM), a ex-diretora do Prodasen Regina Célia Borges e o senador Antonio Carlos Magalhães complicaram ainda mais a situação de José Roberto Arruda (sem partido-DF), que durante a acareação de hoje no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, foi desmentido várias vezes pelos outros depoentes, além dele próprio ter retificado informações dadas em depoimentos anteriores.Arruda confirmou a Peres que foi autorizado por ACM para procurar Regina. "Disso eu não tenho a menor dúvida". Antonio Carlos Magalhães respondeu em seguida: "Eu lamento dizer que não dei autorização ao senador Arruda ou a qualquer pessoa". A réplica veio de pronto: "Eu não uso o nome de ninguém em vão", disse Arruda.
A situação de José Roberto Arruda piorou quando Jeferson Peres perguntou a Regina sobre a violação do painel. "O senador Arruda lhe pediu claramente que a senhora providenciasse a violação do painel do Senado e lhe entregasse o resultado?", questionou. "Me pediu claramente a emissão da lista de como votariam os senadores no dia seguinte". "A quem seria entregue?", retrucou Peres. "Ele afirmou que a lista seria entregue ao senador Antonio Carlos Magalhães", complementou Regina.
Arruda voltou a negar o teor dos depoimentos de Regina e ACM. "Eu admiti que a doutora Regina tivesse entendido que a maneira de resolver tivesse sido aquela. Não pedi, não dei ordem, não se falou em lista, na relação de votantes". Regina Borges enfatizou o que entendeu da conversa com o ex-líder do Governo. "Eu repeti uma dezena de vezes em meu depoimento. Fiz questão de dizer, quando estava saindo: 'eu estou saindo daqui para cumprir uma ordem'". "Eu tenho absoluta certeza que esta frase não existiu. Ainda que ela tivesse dito, e não disse, seria conseqüência de uma observação que ela não fez", salientou Arruda.
ACM voltou a enfatizar que em momento algum soube da intenção de quebrar o sigilo do painel. "Eu não sabia que ela tinha chefiado a violação". Peres perguntou, então, se o senador baiano não teve a curiosidade de saber como Arruda havia conseguido a lista. "Eu não dei a importância devida à lista". O presidente do Conselho, Ramez Tebet, questionou ACM se foram tomadas providências para sanar o problema de segurança do equipamento. "Nunca tive dúvida da inviolabilidade do painel. Fiz uma lista de medidas que poderia ter tomado. Não tomei porque não sabia sequer se essa lista era verdadeira".
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