Atualizado às 19h20O senador Osmar Dias (PSDB-PR) afirma que o confronto dos senadores Antonio Carlos Margalhães (PFL-BA), José Roberto Arruda (sem partido-DF) e a ex-diretora do Prodasen Regina Célia Borges, reafirmou sua convicção, que ele não quis revelar, uma vez que é membro titular do Conselho de Ética. Dias, no entanto, deixou claro que é a favor da punição dos envolvidos e que os dois senadores devem ser punidos da mesma forma. Dias acredita também que o relator do Conselho de Ética, senador Saturnino Braga (PSB-RJ), já tem elementos suficientes para concluir o relatório. O senador Pedro Piva (PSDB-SP) também acredita que os dois senadores devem ser penalizados, mas, a exemplo de Osmar Dias, optou por não divulgar suas convicções. Piva diz apenas que "não pode ser uma pena leve. É um fato grave e tem que ter punição grave". O senador considera tanto a cassação quanto a suspensão do mandato punições graves.
Outro integrante do Conselho, senador Ney Suassuna (PMDB-PB), avalia que há "zonas cinzentas" entre os depoimentos. "O fosso é muito grande entre o que dizem os senadores Antonio Carlos e José Roberto Arruda, e pequeno entre Antonio Carlos e Regina Célia". Para ele, a situação de Arruda é mais complicada. Ao ser questionado sobre quem está mentindo mais na acareação, o senador respondeu: "O páreo é duro".
Jeferson Peres (PDT-AM) acredita ser "inevitável" a abertura do processo contra os senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (sem partido-DF), por quebra do decoro parlamentar. "Se o Senado não fizer isso, esta Casa vira uma caricatura", alerta Péres. O parlamentar ficou indignado com as respostas que ouviu dos senadores às suas indagações e, por isso, retirou-se da sala do Conselho de Ética.
Casildo Maldaner (PMDB-SC), integrante do Conselho de Ética do Senado, não consegue distinguir diferenças de responsabilidade entre os senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (sem partido-DF) no caso da violação do painel eletrônico do Senado. "Não há como desvincular uma conversa da outra, eles sabiam da lista. Não tem como descaracterizar a participação dos dois, que ficou evidenciada. O círculo fecha direitinho". Na sua opinião, se houve quebra da verdade, isto já é o suficiente para desencadear o início do processo de cassação dos mandatos dos senadores Arruda e ACM.
A mesma compreensão tem a senadora Heloísa Helena (PT-AL), que entende que houve infrações graves ao código de ética no episódio da violação do painel de votação do Senado e que elas são similares para os dois senadores envolvidos no caso, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (sem partido-DF). Entretanto, a senadora não quis antecipar quais penalidades cabem, na sua avaliação, aos dois parlamentares - uma vez que, por ser membro do Conselho de Ética, não pode emitir juízo de valor.
Já o deputado José Genoíno (PT-SP) está convencido de que o pedido feito pelo senador José Roberto Arruda (sem partido-DF) à então diretora do Prodasen Regina Célia Borges não foi para verificar a segurança do sistema de votação do Senado, mas para obter a lista com os votos dos senadores para a cassação do mandato do senador Luiz Estevão. Genoíno comentou, no corredor do plenário do Conselho de Ética do Senado, que "o discurso mantido por Regina Célia tem coerência, fatos e lógicas, já o dos senadores não tem amarração".
A senadora Emília Fernandes (PT-RS) defendeu a abertura do processo de cassação contra os senadores Antonio Carlos Magalhães e José Roberto Arruda. "Se não houver isso será a desmoralização do Senado". A senadora também defende que sejam dadas penas iguais aos dois senadores envolvidos na violação do painel do Senado. "Se tratar de forma diferente problemas iguais, esta Casa perde a credibilidade".
O senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE), membro do Conselho de Ética, também considera que houve quebra de decoro parlamentar. No entender do senador cearense, as contradições permaneceram na acareação de hoje, já que cada um dos envolvidos sustentou a própria versão.
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