O senador José Roberto Arruda (sem partido-DF) acusou a ex-diretora do Prodasen Regina Célia Borges de poupar o ex-presidente do Congresso, senador Antonio Carlos Magalhães. "Dos meus telefonemas a senhora lembra os detalhes, as vírgulas, dos dele, não", afirmou indignado. "Uma coisa é a verdade. Outra coisa é lapidar a verdade para colocar pesos diferentes. Aí sinto muito. No meu depoimento, ela disse: 'O senador Arruda recebeu uma ligação às 10h'. A cada momento a doutora Regina tem o objetivo de enriquecer os detalhes, de lapidar a verdade, com um objetivo que, confesso, não sei".Após a fala de Arruda, Regina tentou esclarecer o episódio. "Eu expliquei que havia sido feita a alteração da segurança para a votação. O meu contato foi muito maior com ele (Arruda). Por isso tenho mais detalhes. Os meus contatos com o senador (ACM) foram mínimos", disse a servidora. Regina Borges disse que ficou constrangida, no dia do depoimento, de dar detalhes sobre um encontro com ACM na casa de uma amiga. Ela afirmou que revelou informações sobre o encontro com medo de Arruda acusá-la de poupar ACM.
A ex-diretora do Prodasen afirmou, ainda, que tentou ser preservada da acareação com os dois senadores. Em um telefonema dado na sexta-feira ao senador Eduardo Suplicy, o parlamentar disse que não dependia dele, e sim do restante da comissão. Outra vez, Regina disse: "Senador, eu não pretendia fazer essa acareação". A servidora afirmou que resolveu comparecer para não parecer irresponsável. Por último, telefonou a Suplicy e disse que faria acareação. A decisão foi tomada após Arruda ter alegado que não tinha recebido o telefonema de Regina na manhã da cassação de Estevão.
"Com relação ao telefonema dado ao senador Eduardo Suplicy, eu até fiquei preocupada. No primeiro dia, quando o senador ewstava falando em plenário, eu recebi um telefonema do senador, que perguntou: 'Você se lembra de algum detalhe daquele encontro?' Quando o senador ligou, eu lembrei de detalhes daquele encontro".
Regina disse que concordou em participar da acareação apenas para desmontar a versão apresentada pelo senador José Roberto Arruda , que pretende responsabilizá-la por ter tomado a iniciativa de quebrar a segurança do painel de votação do Senado "como se estivesse enlouquecida".
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