A defesa do coronel reformado da Polícia Militar, Ubiratan Guimarães, acusado pela morte de 111 presos e pela tentativa de homicídio de outros cinco, disse que quer levar os cinco jurados que julgam o coronel ao Complexo do Carandiru. Neste local, onde se encontra a Casa de Detenção do Estado, ocorreu a invasão policial em outubro de 1992, que acabou em massacre.O promotor de acusação, Felipe Locke Cavalcanti, afirmou que não se opõe à idéia. "Tanto faz. Se o corpo de jurados tiver interesse, ótimo", disse ele. Segundo Cavalcanti, a juíza Maria Cristina Cotrofe está analisando o pedido da defesa. O julgamento de Guimarães entra hoje no segundo dia. A sessão de hoje de dedica à leitura de peças do processo. São cerca de 30 mil páginas sobre o caso, cuja revisão deve durar de dois a três dias.
O julgamento, que pode durar 10 dias e ser o mais longo da história, ocorre no Complexo Judiciário Ministro Mário Guimarães, o Fórum Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. Além do processo, os sete jurados que julgam o coronel ouvirão a leitura de trechos de livros, depoimentos de sobreviventes e reportagens. Em uma próxima etapa, escutarão depoimentos de 11 testemunhas.
Ontem, no primeiro dia de julgamento, os jurados ouviram o depoimento do réu, além da exibição de seis horas de fitas com reportagens sobre o chamado massacre do Carandiru. "Se a intenção fosse matar, por que morreram só 111 presos e os outros 2.050 estão vivos?", indagou Ubiratan, quando dava sua versão dos fatos.
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