Marcela Mourão/Redação Terra
Um dos acordos já firmados entre o Brasil e os laboratórios estrangeiros foi feito em março de 2001 com a Merck Sharp & Dohme, autorizando a fabricação do Efavirenz e Indinavir. O primeiro, usado por cerca de 15% dos pacientes brasileiros, teve uma redução de US$ 2,05 para U$ 0,84 o comprimido, significando uma economia de US$ 18 milhões. Já o Indinavir, utilizado por 25%, teve uma queda de US$ 1,33 para US$ 0,47 o comprimido, representando US$ 20 milhões a menos nos gastos.
O ministro da Saúde, José Serra, anunciou em 22 de agosto de 2001 a quebra de patente do medicamento Nelfinavir, que faz parte do coquetel antiaids. O remédio passou a ter licença compulsória para ser produzido no País pelo laboratório Far-Manguinhos, da Fiocruz, que já fabrica sete dos 12 anti-retorvirais dos coquetéis. Das 100 mil pessoas que tomam o coquetel, 25 mil usam o Nelfinavir. Hoje, a patente do medicamento é do laboratório Roche.
De acordo com a coordenação nacional de aids do Ministério da Saúde, no ano passado foram gastos R$ 575 milhões com a compra de todos os medicamentos, sendo que 28% deste valor se referem ao Nelfinavir. A expectativa inicial era a de que se gastasse em 2002, apenas com o medicamento, R$ 221 milhões. Com a produção sendo feita no Brasil o custo baixaria para R$ 130 milhões.
O Nelfinavir é um dos doze anti-retrovirais usados nos coquetéis antiaids. Ele é um inibidor da protease, ou seja, impede a replicação do vírus nas células. Ele é um remédio novo e considerado de ponta.