34 mil anos | Esta é a idade dos cupinzeiros mais antigos do mundo
Mais antigos que mamutes e que última Era do Gelo, as casas dos cupins da África do Sul alimentam flores e guardam registros do clima da Terra na pré-história
Quem observa os campos sul-africanos pontilhados por flores silvestres não imagina as estruturas que as permitem crescer e florescer na paisagem árida — cupinzeiros de mais de 30.000 anos. Os abrigos dos cupins são ricos em nutrientes, ganhando do solo ao seu redor, o que confere a preferência das flores.
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E os cupinzeiros são muito mais interessantes do que parecem. Conhecidos como "heuweltjies" na língua africâner — "pequenas colinas", em tradução livre —, eles são casa aos cupins da espécie Microhodotermes viator, que vivem ao longo do rio Buffels, na região da Namaqualândia.
É justamente por conta das flores que os montes ficam mais visíveis na primavera, quando as plantas usam os nutrientes dos cupinzeiros para crescer e mostrar sua cor violeta.
Cupinzeiros antigos e o clima
Foram estudos recentes com a técnica do radiocarbono que revelaram o quão primitivos são os cupinzeiros. O carbono orgânico das estruturas fica entre 13.000 e 19.000 anos, mas o carbonato chega a ter até 34.000 anos — mais antigo que as pinturas nas cavernas europeias e até mesmo que o Último Máximo Glacial, época em que a maior parte do hemisfério norte estava coberta por plataformas de gelo.
Em perspectiva, os cupinzeiros recordistas anteriores eram do Brasil, datados de apenas 4.000 anos atrás. O Último Máximo Glacial (ou Era do Gelo) foi há 20.000 anos, então, quando o gelo cobriu o planeta e os mamutes se sentiram à vontade para habitá-lo, as casas dos cupins já eram muito antigas, com milhares de anos nas costas. Por isso, as estruturas guardam um registro precioso das condições climáticas da pré-história.
Ao estudar a composição dos cupinzeiros, os pesquisadores descobriram que a região sul-africana tinha muito mais chuvas durante sua formação do que se pensava, o que trouxe minerais como a calcita e a gipsita aos rios e lagos. Eles ajudaram, naturalmente, a gerar um processo de sequestro de carbono.
Segundo os cientistas, é como ler um documento antigo que muda tudo que sabíamos sobre a história — é o bastante para tornar os cupinzeiros candidatos a maravilha natural do planeta.
Ao saber mais sobre os cupinzeiros, a ciência pode ter um entendimento melhor sobre as formas de combater as mudanças climáticas, já que isso permite saber como a própria natureza captura carbono, evitando o aquecimento global.
É uma prova de que a vida na Terra têm mudado o ambiente há dezenas de milhares de anos, muito antes de nós, e indiretamente ajudado a preservar o planeta antes de sequer pensarmos em afetá-lo.
Fonte: Universidade Stellenbosch
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